Por um lado, o crescimento de multinacionais e da economia global dependerá cada vez mais destes consumidores dos mercados emergentes, especialmente na Ásia. Eles estão gastando mais em necessidades básicas, como casas e alimentos, mas também em extras, como carne, telefones celulares e ar condicionado
Milhões de pessoas ingressando em economias emergentes estão reformulando e redimensionando a classe média global. Esta classe mundial passará de 2 bilhões de pessoas para quase 5 bilhões em 2030, com a maior parte do crescimento ocorrendo em países em desenvolvimento, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A população mundial em 2030 deverá ser de 8 bilhões de pessoas.
A OCDE define “classe média” a renda entre US$10 e US$100 por dia, ajustados para poder de compra em cada moeda. Hoje, as pessoas nos países em desenvolvimento representam quase 30% dos gastos mundiais dos consumidores, mais do que 18% há uma década. Esta mudança, que o Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos chamou de “mudança tectônica”, é uma das tendências mais importantes para as próximas décadas.
Por um lado, o crescimento de multinacionais e da economia global dependerá cada vez mais destes consumidores dos mercados emergentes, especialmente na Ásia. Eles estão gastando mais em necessidades básicas, como casas e alimentos, mas também em extras, como carne, telefones celulares e ar condicionado. Os gastos globais da classe média deverão aumentar de US$21 trilhões de hoje para US$51 trilhões em 2030.
O aumento do poder de compra destes novos compradores têm incentivado varejistas e analistas de mercado. Corporações multinacionais estão procurando aproveitar o mercado consumidor chinês fazendo produtos conforme preferências locais, como a batata Lays no sabor de “hot pot” ou bolachas Oreos de “chá verde”).
Porém, os perfis destes consumidores nos mercados emergentes são diversos e difíceis de se prever. Multinacionais como o Wal-Mart está tendo dificuldade com concorrentes locais na China. A Home Depot tinha bons resultados, até basear sua estratégia na crença de que os chineses ricos estariam em busca de projetos de casa estilo ocidental, o que não aconteceu.
Além do poder de compra varejista, a crescente classe média pode ser boa para países individuais. Alguns acadêmicos argumentam que a classe média é um pré-requisito para um crescimento econômico mais forte e sustentável (historiadores econômicos disseram que a existência de classes médias britânica e europeia inspiraram um crescimento mais rápido no século XIX).
Os países com classe média menor tendem a ser facilmente polarizados e focados na redistribuição de recursos, de forma que este é o argumento. A conscientização política pode ser outro efeito: à medida que a classe média cresce, também cresce a demanda pela responsabilidade do governo, regras legais e reformas econômicas gerais.
A reportagem é do Quartz, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
2 Comments
Excelente matéria. Mostra quão promissor é nosso segmento !!! Temos um longo e belo futuro na nossa pecuária!!!
Já tá mais do que na hora de buscarmos novas alternativas.