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Como funciona a fixação de um preço futuro?

Os preços futuros na bolsa são formados por ofertas de compra e venda de contratos futuros e esses preços oscilam durante o pregão. Com base nos negócios realizados durante o pregão são divulgados os preços futuros: de abertura, o de ajuste, o máximo, o mínimo e o último preço.

Gostaria de saber como funciona a fixação de um preço futuro.

Para explicar melhor: se a BM&F mostra que o contrato futuro da soja está US$10,00/saca para maio/2006 e é interessante para eu vender contratos futuros a US$11,00/saca, existe alguma possibilidade da corretora com quem trabalho pegar esse contrato e colocar no pregão para ver se alguém está disposto a comprá-lo?

Ou teórico e praticamente esta possibilidade é nula, já que o preço que desejo vendê-lo não está sendo cotado naquele momento na bolsa?

“Os preços futuros na bolsa são formados por ofertas de compra e venda de contratos futuros e esses preços oscilam durante o pregão. Com base nos negócios realizados durante o pregão são divulgados os preços futuros: de abertura, o de ajuste, o máximo, o mínimo e o último preço.

Acredito que no seu exemplo (US$10,00/saca soja) você esteja se referindo ao preço de ajuste, que para soja na BM&F é o preço do último negócio registrado durante o call de fechamento ou a melhor oferta. Assim, as ofertas de compra e venda durante o pregão podem ter sido acima ou abaixo de US$10,00/saca.

O preço que você vai fixar é a sua oferta de compra ou de venda do contrato futuro no pregão. Em outras palavras, é você quem determina o preço pelo qual quer negociar e dá a ordem ao seu corretor para executar a operação no pregão. Note, entretanto, que nem sempre é possível fixar exatamente o preço que se pretende, mas um preço próximo.”

Gostaria de um exemplo prático de arbitrador no mercado de boi.

“A arbitragem envolve travar um lucro quase sem risco, realizando operações simultâneas de compra e venda em dois ou mais mercados, permitindo ao investidor ganhar unicamente pela diferença de preços.

No mercado futuro as possibilidades de arbitragem ocorrem quando o preço do ativo no mercado à vista, somado os custos incorridos para entregá-lo no futuro está abaixo do preço no mercado futuro.

Assim, o arbitrador compra o produto no mercado à vista, toma posição vendida em futuros e liquida sua posição pela entrega da mercadoria, lucrando a diferença de preço deduzidos os custos incorridos para entregar o produto no vencimento do contrato futuro. Esse custos incluem despesas com armazenagem (no caso de grãos), taxas de juros e demais despesa relacionadas à entrega física na bolsa.

Essas transações elevam o preço à vista e reduzem os preços futuros, promovendo a convergência entre eles. Assim, a simples existência de arbitradores significa que, na prática, as oportunidades de arbitragem serão pequenas e por curto período de tempo.

Exemplo: se o preço à vista do boi gordo estivesse menor do que seu preço futuro de um montante maior do que os custos incorridos para entregar a mercadoria no vencimento do contrato, um arbitrador compraria os animais no mercado físico, tomaria posição vendida em futuros e liquidaria seus contratos futuros pela entrega no vencimento.

Note que as operações de arbitragem tornam-se mais difíceis para contratos futuros de animais vivos (como o boi gordo), devido à dificuldade de padronizar os lotes de animais e aos demais custos relacionados ao deslocamento dos mesmos. É necessário que a diferença entre os preços à vista e futuro seja suficientemente grande para compensar os custos operacionais e as despesas com a entrega da mercadoria e ainda incentivar as operações de arbitragem.”

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Estas perguntas são parte do fórum de debates da versão anterior do curso online Mercados Futuros como ferramenta para o gerenciamento de ricos.

Foram respondidas pela Dra. Thereza Christina Rochelle, engenheira agrônoma pela Esalq, USP, ganhadora do Prêmio BM&F Nacional de Derivativos Agropecuários com a dissertação “O contrato futuro de boi: uma análise do impacto da introdução da liquidação financeira sobre o risco de base”.

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