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Como medir a produtividade do rebanho?

Sabemos que a pecuária brasileira tem um potencial imenso para crescer. Para que a atividade consiga atingir este potencial de forma sustentável está claro que é preciso investir no aumento de produtividade. Quais são as métricas e indicadores que você utiliza para avaliar a sua produtividade?

Só é gerenciado aquilo que se mede” Kaoru Ishikawa

Sabemos que a pecuária brasileira tem um potencial imenso para crescer e aumentar sua participação no mercado internacional da carne, fornecendo proteína de alta qualidade para a população mundial e a custos menores do que de outros concorrentes. Para que a atividade consiga atingir este potencial de forma sustentável está claro que é preciso investir no aumento de produtividade.

Na prática esta evolução é um pouco mais complicada e só será alcançada com melhorias na gestão, mudanças nos conceitos empregados pela maioria dos pecuaristas brasileiros e adoção de novas tecnologias. Então, encarar o gerenciamento da produção de maneira profissional é o fator primordial que irá garantir a melhora da rentabilidade e continuidade na atividade. Para isso, como indica a frase do início, é preciso medir.

Medir o desempenho da atividade é essencial para avaliar se a produção está no caminho certo, para definir metas e auxiliar o produtor na tomada de decisão.

Quais são as métricas e indicadores que você utiliza para avaliar a sua produtividade?

Utilize o box de cartas do leitor, abaixo, para nos enviar seus comentários e discutir quais são as métricas mais utilizadas e como demos avaliar a produção.

0 Comments

  1. Alexandre Foroni disse:

    Parabéns, BeefPoint pela enquete

    Para exemplificar citarei a realidade de 3 propriedades do estado de Rondônia:
    Propriedade A
    Produtividade Anual por hectare, em @/há: 8,61@/ha
    Taxa de Mortalidade (%): 1,92%
    Taxa de Natalidade (%): 79,09%
    Localidade da propriedade: Parecis – RO
    Tipo de solo (arenoso, misto, argiloso): Argiloso
    Tipos Capins existente: 90% (braquiarão, mombaça, Tanzânia, MG5)
    Sistema de produção: Rotacionado 90% da propriedade
    Tipo de pecuária: ciclo completo

    Propriedade B
    Produtividade Anual por hectare, em @/há: 5,01@/ha
    Taxa de Mortalidade (%): 0,43%
    Taxa de Natalidade (%): só recria
    Localidade da propriedade: Pimenta Bueno – RO
    Tipo de solo (arenoso, misto, argiloso): arenoso e fraco
    Tipos Capins existente: braquiarão e humidicula
    Sistema de produção: Rotacionado 50% da propriedade
    Tipo de pecuária: recria femeas

    Propriedade C
    Produtividade Anual por hectare, em @/há: 6,65@/ha
    Taxa de Mortalidade (%): 0,39%
    Taxa de Natalidade (%): recria e engorda
    Localidade da propriedade: Espigão do Oeste – RO
    Tipo de solo (arenoso, misto, argiloso): misto
    Tipos Capins existente: braquiarão e humidicula
    Sistema de produção: Rotacionado 40% da propriedade
    Tipo de pecuária: recria e engorda

    Usei a seguinte metodologia para medir os índices relatados acima:
    1.Produtividade Anual por hectare, em @/há
    Como calculei?
    [estoque final (31/12/09 em @) – estoque inicial (01/01/09 em @) + venda (dentro de 2009 em @) – compra (dentro de 2009 em @)] / hectares de pasto
    2.Taxa de Mortalidade (%)
    Como calculei?
    Quantidade de animais mortos em 2009 / [(quantidade de animais em 01/01/09 + quantidade de animais em 31/12/09) / 2] X 100
    3.Taxa de Natalidade (%)
    Como calculei?
    Quantidade de animais nascidos em 2009 / quantidade de fêmeas colocadas em reprodução no ano anterior X 100

  2. Renato Galindo disse:

    PECUÁRIA DE FUTURO
    Durante muitos anos, a produtividade foi medida por cabeças/hectare/ano, ou num outro modo de mensuração de Kgs/animal/dia, dando uma impressão de que a eficiência está diretamente associada a essas simples equações.
    Em meados dos anos 90, nos primórdios tempos de inicio de Plano Real e dólar barato, a importação de bezerros e garrotes da argentina para o Brasil foi bastante intensa, e numa dessas ocasiões um produtor Argentino me perguntou quantos Kgs de carne se produz por hectare/ano no Brasil. Confesso que não soube responder e acredito que até hoje, passados 15 anos ainda temos dificuldades em realizar essa equação. Ao contrário de um agricultor de soja ou milho que tem a produção/hectare dos ultimos anos na ponta da língua, a pecuária bovina sempre andou à margem da eficiência, pela falsa idéia de custo baixo com mão de obra e baixo endividamento por falta de linhas de créditos que alavanquem a pecuária eficiente.
    Para se garantir uma excelência na pecuária, necessariamente precisa-se ter: Genética / Nutrição / Manejo, além de um um conceito novo sobre Gerenciamento de produtividade. Ao invés de cabeças p/hectare, passar para Kgs carne /hectare/ano, pois assim rapidamente o produtor consegue mensurar através de comparativos com outras atividades do agronegócio se a atividade está sendo rentável ou não.
    Segundo fontes: M.Corsi (ESALQ/USP) a média brasileira ano 2007/2008 foi de 105 Kgs/hectare/ano ou 3,5@ (arrobas). Se compararmos com uma produção de soja de 40/45 sacos/hectare somente como exemplo, mesmo com preços baixos, a soja seria melhor negócio.
    O interessante para refletirmos é justamente que, se o produtor utilizar a tecnologia na pecuária, como melhoramento genético, correção de pastagens e manejo do rebanho, enfim, tratar o seu negócio como uma verdadeira Indústria de produção de carne ele pode multiplicar por 8 ou 10 essa produtividade de carne p/hectare, basta acreditar no seu negócio.
    A pecuária bovina nacional, vem passando por várias transformações nas ultimas décadas, mas ainda temos um longo caminho à percorrer. Por isso temos que mudar o conceito de Pecuária DO Futuro, para PECUÁRIA DE FUTURO, parece uma simples colocação de palavras, mas é um novo conceito de negócio.
    PECUÁRIA DE FUTURO É GERENCIAR A ATIVIDADE

    Somos o que repetidamente fazemos, a excelência por tanto não é um feito, mas um Hábito.
    Aristóteles

  3. Devanir Maia disse:

    Este é um assunto muito discutido hoje,gestão, realmente na cultura das propriedades anotar tudo é uma tarefa um tanto complicada e na verdade é tao simples é como lavar o rosto de manha, cria se um ábito e este abito de anotar tudo é que devemos criar,para depois chegarmos as nossas taxas(prenhes,natalidade,desmame,peso ao desmame e outras coisas mais,voces deveriam tentar passar isso de uma forma o quanto mais simples possivel para ser visto como uma coisa simples de se entender criar umas planilhas em excel com algumas celulas que poderiam ser modificadas o restante travada ,para voces que tem uma equipe do ramo é so por na mao de algum programador.

  4. Rodrigo Benez disse:

    Sobre a pecuária do futuro,
    Todos concordam que a analise de custos na pecuaria é bem mais complexo do que em outro tipo de cultura . Vejamos uma propriedade com ciclo completo: Seria correto afirmar que a quantidade de kilos de carne produzida por ha seria o somatório das vendas em @ + Quantidade de bezerros nascidos transformados em @ + ( estoque final em @ em 31/12/2009 – estoque inicial em @ em 01/01/2009) – as compras em @. Estou certo ou a conta seria diferente ????

  5. Aloisio Otávio C. de Brito disse:

    Parabéns a todos pelo debate muito importante, até porque, a produtividade esta sendo por enquanto o diferencial para se obter lucros com commodities, no entanto, todos esses números serão realmente positivos quando estiverem alinhados com o setor administrativo financeiro, porque só dados zootécnicos não garantem lucratividade que nem sempre é sinônimo de produtividade. As vezes se esta gastando muito para obter números zootécnicos satisfatórios. Muito bom estar aqui debatendo tal assunto. Interessante e correto se dividir áreas em centros de custo, parabéns pelo trabalho do nosso colega Alexandre Foroni.
    trocar informações é muito importante! Um abraço a todos!

  6. elizabeth tavares cardoso disse:

    O uso do Programa Excel me ajuda a calcular os índices de produtividade.
    Isto só foi possível depois de ter resolvido o básico; a mão de obra certa (alfabetizada), a melhoria genética dos reprodutores, a mineralização recomendada, a identificação das matrizes, o manejo e estação de monta, etc. etc.

    Assim sendo, considero que, conhecer e considerar todas as variáveis da atividade de cria de forma tal que nos permita a tomada de decisão, é bem mais complexo, principalmente se compararmos com outras atividades (recria, terminação, agricultura).

    Par calcular a lucratividade temos ainda que considerar; que as características e valor das nossas terras (cultura acidentada) descarta a agricultura, que a recria e terminação podem ser mais lucrativas também pela habilidade e ganho com comercialização.

    Enquanto isto vamos nos aperfeiçando na atividade, convencidos que com mais experiência e conhecimento vamos chegar lá! Mesmo porque, mudar sem prejuízo, leva quatro anos!

  7. naves jose bispo disse:

    sr rodrigo benez,sou produtor em regime de ciclo completo,no estado mt.acho muito interessantes suas duvidas.pois tambem as tenho.mas de fato o que entra em nosso bolso sao as vendas,aquilo que sai da porteira para fora.ganha se na renovaçao do estoque,na maturaçao das matrizes ,nos nascimentos,sabemos disso,mas gostaria de ver detalhado com maior rigor esta analize,e de ver um metodo cientifico para simplificar nossas avaliaçoes,pois estamos sempre com muitas interrogaçoes?

  8. Tercio Koshiikene Damasceno disse:

    Prezado Rodrigo, muito bom você ter falado em custo porque, sem tirar o mérito das discussões dos índices de pordutividade, em última análise, o que realmente importa é a rentabilidade da atividade. No meu entender, na fase de cria a contabilização da @ produzida em bezerro (ou Kg de carne) só pode ser feita na desmama (não no nascimento) com a pesagem dos animais no manejo. Falando em ciclo completo, veja que você produz (vende) @ de fêmeas (vacas e novilhas de descarte) e de bois – também seria necessário padronizar e, nesse caso, normalmente seria utilizado o equivalente em @ de boi. Na fase de recria, a dificuldade seria saber exatamente quantos Kg de carne produzimos (ou quanto temos em estoque). Temos adotado a pesagem de 100% dos animais de recria (com os devidos apartes por peso) em duas épocas do ano (abril/maio e out/nov), coincidindo com a etapa de campanha de vacinação contra Aftosa. Além de nos ajudar no cálculo dos índices de produtividade, do ponto de vista gerencial, é possível saber exatamente o que você tem em Kg PV e tem um grande valor para projeção de peso e estabelecimento de estratégias de suplementação, venda, entoure, etc. Os índices tradicionais como natalidade, mortalidade, prenhez, aborto, desmama, abate, desfrute, etc., são acompanhados na rotina da propriedade através dos próprios manejos e controles mensais com fechamento anual. Com o histórico ao longo dos anos é possível ver a evolução desses índices, comparar com propriedades semelhantes e, eventualmente, detectar pontos de estrangulamento e de falhas. Agora, voltando ao ponto inicial, em um mercado que diferencia muito pouco por qualidade, nunca podemos perder o custo de produção de vista e, em propriedades com esse controle mais avançado, normalmente as maiores discussões acabam sendo muito mais concentradas nas análises econômicas.

  9. Marcio Sena Pinto disse:

    Produtividade na pecuária = R$/ha/ano líquidos ou
    @ líquidas por hectare/ ano
    at.
    Márcio Sena
    obs.: Receita bruta (R$ ou @) – Custos operacionais (CUSTOS VARIÁVEIS + DEPRECIAÇÕES)/ ÁREA EFETIVAMENTE UTILIZADA

  10. Alexandre Foroni disse:

    Prezado Aloisio Otávio C. de Brito

    Concordo plenamente com sua posição de que nada adianta ter produtividade se não tiver RESULTADO ECONOMICO. Nessas fazendas que citei alguns índices produtivos, temos também todos índices econômicos, custo variáveis, fixo, manutenção de pastagem, manutenção de imobilizado, custo da @ produzida, custo da @ comprada, entre outras.

    Sobre o resultado econômico, não quis relatar no site, pois acho que fica inconveniente para o empresário proprietário das propriedades.

    Abraços

  11. Alexandre Foroni disse:

    Prezado Marcio Sena Pinto

    Aqui em RO temos propriedades assistidas por nós que tem conseguido os seguintes resultado econômicos. de R$110,00 a R$189,00 por hectares de pasto. Nesse custo já estão incluso os custos com depreciação das pastagens e dos imobilizados.
    Algumas dessas estão em processo de intensificação e diversificação para poder agregar maiores resultado.

    grato

  12. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Há inúmeras maneiras de analisarmos a produtividade de uma atividade econômica. Sem dúvida os indices de cabeças /hectare (lotação), kg /animal /dia (ganho de peso por animal) e kg /hectare /ano (ganho de peso por área) podem auxiliar o produtor a comparar, sobre determinados aspectos, a produtividade de seu processo produtivo com de outros produtores. E muitas vezes auxiliá-lo a ajustar seu sistema de trabalho.

    Mas ao meu ver a principal meta do produtor não deve ser apenas de obter lotações elevadas, ganhos de peso individuais elevados ou focar na produção de kg de carne por área. A principal meta do produtor deve ser sempre elevar o retorno do capital alocado, ou, em outras palavras, melhorar a relação lucro / patrimonio da atividade.

    De nada adianta obter elevados índices zootécnicos se para isto o custo de produção subir proporcionalmente mais que a receita. Eficiência é produzir o kg de carne mais barato possível.

    E para cada situação particular há alguns aspectos mais relevantes. Maximizar o uso do hectare de terra do pampa argentino faz mais sentido do que maximizar o uso do hectare de terra do pantanal brasileiro.

    Att,

  13. sérgio souto disse:

    Acredito ser uma colocação pontual, precisa mas não tenho como pensar diferente. A produção da pecuária, em um determinado ano, acredito deve ser considerado apenas o resultado da venda, não se considerando aqui os produtos nascidos ou o ganho de peso. Por quê? Temos que manter a atividade e crescer, se possível, agora para se atingir esses objetivos dependemos de capital. Qual a origem dos recursos? Vendas no ano. Essas serão as responsáveis pela subsistência e investimentos. A partir do resultado das vendas pode se calcular os kg vendidos e a produção por ha, da mesma maneira que reais produzidos por ha. Colocar outros indicadores pode ser mais completo, mais complexo, mas não vão refletir o dispendio diário para manutenção e investimentos e subsistência. Não que que tornar o processo complexo ele é simples. Vendas, reais,kg de carnes produzidas e vendidas no ano. A partir daí é fácil saber a percentagem gasta em cada uma das despesas rotineiras, isto é, 3% das vendas foi para sal, 12% foi para empregados e assim por diante.

  14. Carlos Magno Pereira disse:

    Num processo de produção de carne, o qual busca rentabilidade econômica a gestão do negócio é fundamental. É fundamental e importante o controle dos números produtivos, a preparação e capacitação do pessoal antes de iniciar o processo de gestão. Isso é básico p/ quem quer ter sucesso em qualquer atividade…na pecuária não é diferente.