
À primeira vista, a ideia parece absurda. Se o boi dá prejuízo, o confinamento deveria perder dinheiro. No Brasil, essa relação é praticamente automática. Nos Estados Unidos, porém, a lógica é diferente — e é exatamente por isso que muitos confinamentos continuam operando com lucro mesmo quando a planilha do boi está negativa.
O ponto central dessa diferença está na forma como o negócio é estruturado. Enquanto no Brasil o animal e o confinamento costumam ser tratados como uma única conta, nos EUA essas duas coisas são separadas de forma clara e intencional
Nos Estados Unidos, o setor trabalha com dois resultados diferentes.
A primeira conta é a margem do animal. Em muitos momentos do ciclo, o produtor compra caro, enfrenta ração cara e vende o boi em condições desfavoráveis. O resultado dessa conta pode ser negativo.
A segunda conta é o negócio do confinamento. Aqui entram diária (yardage), margem na ração, taxas de processamento, serviços técnicos, uso de dados, hedge financeiro e outras fontes de receita. Essa conta pode — e muitas vezes consegue — ser positiva, mesmo com o boi “perdendo dinheiro” no físico.
É nesse ponto que a lógica americana começa a se afastar completamente da brasileira.
Grande parte dos confinamentos nos EUA opera no modelo conhecido como custom feeding. Na prática, funciona como um boitel altamente profissionalizado, com escala muito maior e múltiplas fontes de margem.
O confinamento cobra diária, vende ração, presta serviços de manejo, consultoria, pesagem, coleta e análise de dados. Ou seja: o dono do boi pode perder dinheiro, mas o confinamento recebe pelos serviços prestados independentemente do resultado final do animal
Esse modelo muda completamente a forma de enxergar risco, fluxo de caixa e ocupação das estruturas.
Outro elemento central é a gestão financeira. Muitos observam apenas a planilha física do boi e se assustam ao ver números negativos, como perdas de dezenas de dólares por cabeça.
O que não aparece nessa conta é a planilha do hedge. Em muitos casos, ganhos financeiros foram travados meses antes na bolsa, compensando — e até superando — o prejuízo do animal no mercado físico.
Assim, o boi pode “perder” na engorda, enquanto a operação financeira garante resultado positivo. A conta do boi fica vermelha. A conta financeira, verde.
Outro erro comum é analisar apenas o resultado de um lote isolado. Nos EUA, o foco está na operação como um todo, funcionando de maneira contínua, quase industrial.
Além da diária e da ração, o confinamento gera receita com venda de esterco como fertilizante, produção de energia via biogás, integração com frigoríficos, margem da fábrica de ração própria, financiamento, juros e serviços adicionais. Tudo isso dilui custos fixos e fortalece o resultado global da operação
A pergunta inevitável é: por que aceitar bois que dão prejuízo?
A resposta é simples e extremamente racional. O confinamento precisa estar cheio. Baia vazia significa perda direta das principais fontes de receita: diária, venda de ração e serviços.
Dessa forma, é preferível perder pouco no boi do que perder muito deixando estrutura parada. Esse raciocínio está totalmente alinhado com o conceito de diluição de custo fixo, típico de qualquer operação industrial.
Enquanto grande parte dos confinamentos brasileiros ainda olha apenas para o custo do boi, o custo da dieta e o resultado do lote, a operação americana enxerga o sistema completo.
Eles olham o ano inteiro funcionando como indústria, a taxa de ocupação dos currais, a eficiência global do sistema, o giro da operação, a escala e a gestão ativa de risco via hedge travado antecipadamente.
É uma mudança de mentalidade mais do que de tecnologia enquanto tal.
O ponto central não é copiar o americano. O Brasil tem vantagens competitivas enormes, como sistemas a pasto, integração lavoura-pecuária, genética adaptada e diversidade de modelos produtivos.
O aprendizado está em pensar como sistema, não como lote. Pensar em fluxo, ocupação, eficiência, múltiplas fontes de margem e gestão de risco. Em outras palavras, caminhar de uma pecuária baseada em episódios para uma pecuária com lógica industrial.
Esse talvez seja um dos maiores aprendizados que o modelo americano oferece — e um dos mais difíceis de implementar sem mudança cultural.
=====
De 18 a 26 de abril de 2026 vamos conhecer a pecuária de corte do Texas (EUA) de ponta a ponta.
Vamos visitar selecionadores de genética, confinamentos, leilões, universidades, supermercados de carne e restaurantes de primeira.
Uma experiência completa de aprendizado, conexões e carne boa, conduzida por Miguel Cavalcanti e equipe BeefPoint.
DIA 1 | SÁBADO | 18 ABRIL, 2026 – EMBARQUE
Encontro no aeroporto de Guarulhos e embarque para o Texas.
DIA 2 | DOMINGO | 19 ABRIL, 2026 – AMARILLO
Chegada a Amarillo.
Tarde de descanso e compras: Cavender’s, Best Buy, Target.
Jantar de boas-vindas em uma steakhouse.
Refeições inclusas: jantar
Pernoite 1: Amarillo
DIA 3 | SEGUNDA | 20 ABRIL, 2026 – AMARILLO
Café da manhã no hotel.
Visitas técnicas: laboratório de carne, confinamento e frigorífico.
Almoço no caminho e jantar em Amarillo.
Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 2: Amarillo
DIA 4 | TERÇA | 21 ABRIL, 2026 – AMARILLO / LUBBOCK
Café da manhã e check-out.
Visita a confinamento e à American Quarter Horse Association.
Viagem até Lubbock.
Visita à Bass Pro e jantar em Lubbock.
Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 3: Lubbock
DIA 5 | QUARTA | 22 ABRIL, 2026 – LUBBOCK
Café da manhã.
Visita à Texas Tech University (Prof. Johnes Sarturi).
Almoço na Dairy Barn e visita ao confinamento Burnett Center Feedlot.
Visita ao National Ranching Heritage Center.
Jantar em steakhouse.
Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 4: Lubbock
DIA 6 | QUINTA | 23 ABRIL, 2026 – LUBBOCK / FORT WORTH
Café da manhã.
Saída para Fort Worth.
Visita a uma propriedade de Angus e Red Angus e a um legado familiar de gado e cavalos.
Jantar em Fort Worth.
Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 5: Fort Worth
DIA 7 | SEXTA | 24 ABRIL, 2026 – FORT WORTH / HOUSTON
Café da manhã e check-out.
Visita a um dos maiores produtores de Black Angus do Texas.
Visita à Texas A&M University.
Viagem até Houston.
Jantar de encerramento no Del Frisco’s.
Refeições inclusas: café da manhã, almoço e jantar
Pernoite 6: Houston
DIA 8 | SÁBADO | 25 ABRIL, 2026 – HOUSTON
Café da manhã.
Sessão especial de Mastermind com Miguel Cavalcanti.
Visita ao outlet Premium Houston.
Check-out e embarque de retorno ao Brasil.
Refeições inclusas: café da manhã
DIA 9 | DOMINGO | 26 ABRIL, 2026 – CHEGADA AO BRASIL
Chegada ao Brasil.
IMPORTANTE: os locais de visitas técnicas podem sofrer alterações sem prévio aviso, contudo, o conteúdo não será modificado.
==
O que está incluso:
• 07 noites de hospedagem em hotéis de categoria superior, incluindo café da manhã;
• Transporte nos EUA, desde a chegada a Amarillo até Houston, em ônibus luxo com ar condicionado e água a bordo;
• Visitas técnicas conforme roteiro + manhã de Mastermind;
• Refeições conforme descritas no roteiro: café da manhã todos os dias, almoços e jantares especiais em algumas visitas;
• Seguro saúde: 8 dias, com cobertura durante todo o período da viagem;
• Kit viagem (camiseta polo, porta vouchers, etiquetas de bagagem, adaptador de tomada, mochila, crachá, roteiro online);
• Coordenador operacional bilíngue (inglês/português);
• Miguel Cavalcanti (sócio-diretor do BeefPoint e fundador do AgroTalento) como consultor e tradutor, para acompanhamento e discussão das informações técnicas durante toda a viagem;
• Simplesmente o melhor do melhor.
==
Se você ainda NÃO preencheu o formulário de interesse:
Preencha agora e receba todos os detalhes (roteiro, investimento, programação):
http://www.beefpoint.com.br/eua
Dúvidas? Estamos disponíveis no WhatsApp:
Clique aqui e fale direto com a nossa equipe no WhatsApp
Se você já preencheu o formulário:
O próximo passo é garantir sua vaga realizando o pagamento do sinal de R$ 5.000 (deduzido do valor total da parte terrestre)
https://www.beefpoint.com.br/sinaleua
Você não precisa falar inglês para aproveitar tudo isso.
Durante toda a viagem, teremos tradução completa das visitas, palestras e conversas. Mais de 80% dos viajantes anteriores não falavam inglês, e mesmo assim voltaram com a bagagem cheia de aprendizados.
Estamos à sua disposição.