As exportações brasileiras do grupo carnes continuaram crescendo em ritmo acelerado no primeiro semestre deste ano, a exemplo do que ocorreu em 2004, e já ameaçam a supremacia da soja entre as principais commodities do país.
A receita com as vendas externas de carnes no primeiro semestre deste ano cresceu 31,5% ante igual período de 2004, somando US$ 3,3 bilhões. No ano passado, o setor já havia crescido 50,4% em valor e alcançado a marca de US$ 6,14 bilhões em exportações.
Do lado da soja, a queda dos preços internacionais e a limitação do aumento da produção devido à estiagem fez com que a receita no primeiro semestre encolhesse 20%, para US$ 4,36 bilhões.
O consultor do Banco Fator Gordon Butland, especialista na indústria global de carnes, estima que as vendas de carnes em 2005 fechem o ano com receita próxima de US$ 7 bilhões.
Se confirmado, o resultado deixará o segmento bastante próximo do valor do complexo soja, que a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) estima que fique em cerca de US$ 8 bilhões em 2005. Em 2004 a receita com do setor com exportações foi de US$ 10 bilhões. “A receita das carnes não vai passar a de soja neste ano, mas em breve é possível que ultrapasse”, disse Butland.
O presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, não tem dúvidas de que o grupo carnes se tornará o principal item da pauta de exportações de commodities do Brasil. “A carne tem valor agregado maior que o grão e o Brasil reúne as condições para ser um grande produtor”, disse.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint