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Compradores continuam pressionando, mas frente aos novos recuos mercado trava

O boi gordo teve nova semana de baixa. Após o aumento da oferta de animais para abate na semana passada, que causou o alongamento das escalas, essa semana o volume de negócios foi bem menor. Com os frigoríficos aumentando a pressão sobre os preços da arroba e algumas plantas fora das compras, o mercado travou. Outro fator que influencia a diminuição das vendas é a proximidade das festa de final de ano. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 72,12/@, na última quarta-feira, registrando redução de 3,54% na semana.

O boi gordo teve nova semana de baixa. Após o aumento da oferta de animais para abate na semana passada, que causou o alongamento das escalas, essa semana o volume de negócios foi bem menor. Com os frigoríficos aumentando a pressão sobre os preços da arroba e algumas plantas fora das compras, o mercado travou. Outro fator que influencia a diminuição das vendas é a proximidade das festa de final de ano.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 72,12/@, na última quarta-feira, registrando redução de 3,54% na semana. Para os valores a prazo, a desvalorização foi de 3,53%, com o indicador cotado R$ 72,90/@. No período de 12 meses a valorização do indicador a prazo é de 36,44%, sendo que no dia 19 de dezembro de 2006 a cotação era de R$ 53,43/@.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo a prazo (R$/@)


Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Com os consecutivos recuos do preço do boi gordo e a valorização de 2,24% do dólar, na semana, o indicador de boi gordo em dólares ficou em US$ 40,04/@, variação negativa de 5,66% no período analisado.

Nesta semana, o IBGE divulgou a Pesquisa Trimestral de Abates referente aos meses de julho, agosto, setembro de 2007. Segundo os dados da pesquisa, foram abatidas nos frigoríficos brasileiros, durante o terceiro trimestre, 7,6 milhões de cabeças. Uma redução de 1,52% em relação ao total de bovinos abatidos no segundo trimestre do mesmo ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado foi 4,04% inferior.

De julho a setembro, a única categoria que apresentou crescimento no número de animais abatidos em relação ao segundo trimestre de 2007, foi a de bois com incremento de 12,92% e 4.210.405 de animais abatidos. Vacas tiveram redução de 17,53%, para novilhos e novilhas o recuo no número de cabeças abatidas foi de 8,31% e os abates de vitelo foram 22,11% inferiores aos abates realizados no segundo trimestre desse ano.

Vale atentar para o abate de fêmeas, que diminuiu, fechando o terceiro trimestre com 2.367.753 fêmeas abatidas, valor 14,73% inferior ao volume abatido no mesmo período do ano passado.

Gráfico 2. Número de fêmeas abatidas, de acordo com os dados do IBGE


No físico, a semana foi de mercado travado. Com o maior volume de animais ofertados na semana passada, os frigoríficos continuaram forçando baixas no preço da arroba do boi gordo, frente aos novos preços foi pequeno o volume de negócios efetivados e queda de braço continua. Mas de maneira geral a oferta ainda é alta e as escalas caminham acima dos 6 dias na maioria dos frigoríficos.

Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 12/12/07



Na reposição, pouco movimento devido a proximidade do final do ano. Mesmo como poucos negócios, os preços seguem firmes e todas a categorias de gado de reposição continuam valorizadas, graças a pouca oferta desde tipo de animal.

O leitor do BeefPoint, Manoel Torres, de Tupi Paulista/SP, comenta que o mercado está quase parando, com poucos negócios, pouca oferta e procura por animais, mas o preço do bezerro continua firme. “Principalmente do bezerro nelore. Quanto a bezerros mestiços a procura aumentou em virtude da alta do nelore e escassez do mesmo na região, com conseqüente valorização do preço do mestiço”, completa Torres.

José Luiz Martins Costa Kessler, nos enviou comentário a respeito do mercado no Rio Grande do Sul, segundo ele na região de Pelotas o terneiro é negociado a R$ 600,00/cabeça. “Esse preço poderá ser superior em feiras com venda em 3 parcelas (30, 60 e 90 dias) e para animais padronizados com dominância de sangue angus. Este mercado continua firme e com cotações muito altas. O preço do quilo vivo está em R$ 3,00 e até R$ 4,00. Além da escassez de oferta no RS, colabora para valorização o financiamento com 2 anos de prazo”, informa Kessler.

O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 483,41/cabeça, alta de R$ 2,72 (0,57%) na semana. Enquanto o indicador de bezerro segue seu ritmo de alta, o preço do boi gordo tem recuado dia após dia, a desvalorização foi de 3,54% (R$ 2,65), fazendo a relação de troca recuar também. Nesta quarta-feira a relação de troca entre boi gordo de 16,5@ por bezerros, ficou em 1:2,46.

No mercado futuro, com exceção dos contratos com vencimentos em dezembro/07, todos os vencimentos acumularam alta na semana. O primeiro vencimento, dezembro/07, fechou a R$ 71,06/@, queda de R$ 0,99, em relação ao valor do dia 12 de dezembro. Os contratos que vencem em janeiro/08, acumularam alta de R$ 0,42, fechando a R$ 66,16/@ e os contratos com vencimento em fevereiro/08 fecharam a R$ 66,00/@, acumulando a maior alta da semana, R$ 1,40.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 12/12/07 e 19/12/07


A maior disponibilidade de carne no mercado, enfraqueceu os preços do atacado da carne bovina, nesta semana os três cortes primários apresentaram recuos. O dianteiro foi o que mais variou, -14,71% em relação a semana passada, cotado a R$ 2,90. O equivalente físico acumulou queda de R$ 5,28/@, ficando em R$ 62,81/@. Com isso, o spread (diferença) entre boi gordo e equivalente físico é de R$ 9,32/@, bastante acima da média dos últimos 12 meses que é de R$ 5,49/@. Vale lembrar que quando maior o spread, menor será a margem bruta do frigorífico.

Tabela 3. Cotações do atacado da carne bovina


Ontem a UE apresentou sua decisão a respeito das restrições às exportações de carne bovina brasileira. O Brasil terá que elaborar uma lista com as fazendas de gado bovino aptas a exportar à União Européia, apresentar relatórios completos sobre as inspeções nessas propriedades e submetê-las a Bruxelas, numa medida que deve restringir as exportações brasileiras de carne bovina.

A medida entra em vigor no dia 31 de janeiro de 2008 e em março, os europeus devem enviar uma missão para inspecionar as fazendas listadas pelo Mapa. Comenta- se que a lista inicial terá apenas 300 fazendas, mas que ainda será uma listagem provisória que poderá ser revista posteriormente.

O governo e a Abiec tentam minimizar o impacto da restrição, ressaltando que apenas 27% da produção brasileira é exportada e apostando na competitividade da carne brasileira no exterior. Segundo trader consultado pelo BeefPoint, extra oficialmente acredita-se que isso barre 90% das exportações do Brasil para a Europa, que é um mercado importante para carne brasileira. Responsável por 21,6% do volume e 31,9% do faturamento total das exportações brasileiras de janeiro a outubro de 2007.

Em declaração ao jornal o Estado de S. Paulo, o especialista em pecuária de corte e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Sergio De Zen, acredita que a medida imposta pela União Européia “não irá funcionar”. “O Brasil atende a parte importante do mercado europeu. Quem irá atender?”, indagou De Zen.

0 Comments

  1. Raul Fernando Pacheco de Toledo Barros disse:

    Acho que está na hora de darmos um recado à UE: nós restringiremos, por vontade própria, as exportações de carne para a UE, em face das suas exigências (que sempres aumentam).

    Vamos zerar isto e procurar mercados mais interessados. Pode ser que nos saiamos mal com isto, mas pode ser que fique mais clara a importância das exportações brasileiras para estes mercados.

    Deixemos que eles corram atrás.

  2. joao gilberto bretas disse:

    Fico feliz em participar e ter todas as informações necessárias do BeefPoint, as pessoas que trabalham no ramo da pecuária, abastecimento de carnes e frigorificos tem que ser assinantes BeefPoint, um abraço a todos da edição.