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Conab e IBGE voltam a reduzir previsões para a colheita de grãos

Como reflexo da forte seca registrada na região Sul e no centro-sul de Mato Grosso do Sul nos últimos meses, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu novamente sua estimativa para a produção de grãos e fibras no país nesta safra em 2021/22.

A estatal passou a projetar a colheita total em 265,7 milhões de toneladas, 2,5 milhões a menos que o previsto no mês passado e com queda de 23 milhões de toneladas em relação ao cenário traçado no início do plantio. Mesmo assim, o volume é 4% superior ao do ciclo 2020/21 e, se confirmado, representará um novo recorde, que até agora pertence à temporada 2019/20 (257 milhões).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também divulgou ontem suas novas projeções para a colheita de grãos deste ano, o total chegará a 261,6 milhões de toneladas, 3,8% abaixo do cálculo anterior mas com incremento de 3,3% sobre o volume registrado no ano passado.

“O clima adverso impactou de maneira expressiva as produtividades das lavouras de soja e milho de primeira safra”, justifica a Conab, em relatório. No caso da soja, a produtividade média das lavouras foi reduzida para 3.016 quilos por hectares, 14,4% menos que em 2020/21; no da safra de verão de milho a queda é de 5,5%, para 5.372 quilos por hectare.

Com a seca no Sul, a estimativa da Conab para a produção de soja caiu para 122,8 milhões de toneladas, com baixas de 2,2% ante a previsão de fevereiro e de 11,1% na comparação com o ciclo passado. Na região Sul, a produtividade média deverá ser 43% inferior à da temporada passada; em Mato Grosso do Sul, a redução tende a chegar a 28%. No Rio Grande do Sul, a estimativa para a quebra de safra é de quase 50%.

“As chuvas que ocorreram em fevereiro não conseguiram reverter os deficit hídricos anteriores. Em situação oposta, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Maranhão, Piauí e Tocantins estão com produtividades acima das obtidas na safra 2021/21”, informou a Conab.

No caso do milho, a projeção da Conab para as três safras foi mantida em 112,3 milhões de toneladas, 29% mais que no ciclo passado. Apesar das perdas no Sul, a primeira safra deve ter queda limitada (1,6%) ante 2020/21, para 24,3 milhões de toneladas.

A segunda safra, a mais importante para o cereal, deverá se recuperar do tombo do ano passado, também provocado por seca, e crescer 41,8%, para 86,1 milhões de toneladas. Em Estados como Mato Grosso, Paraná, que lideram a safrinha, o plantio evolui aceleradamente.

Há expectativa de crescimento também para o algodão. No novo levantamento, a Conab projetou aumento de 19,7% na produção em relação a 2020/21, para 2,82 milhões de toneladas, 4,2% em relação à estimativa anterior.

Para o feijão, que também tem três safras por temporada, a estatal manteve em 3 milhões de toneladas sua estimativa para a colheita total, volume 5,25% maior que o do ciclo passado. A primeira safra, porém, deve ter perdas de 4,8% em função da estiagem, somando 929,4 mil toneladas.

“As lavouras de segunda safra da leguminosa estão em implantação ou em pleno desenvolvimento, com perspectiva de alcançar um bom resultado, garantindo o abastecimento do mercado consumidor e equilibrando a oferta do grão”, diz a Conab. A previsão para a segunda safra de feijão é de 1,3 milhão de toneladas, 14,7% mais que em 2020/21.

No caso do arroz, a Conab reduziu sua estimativa em 2,1%, para 10,3 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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