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Confinamento pode ser saída para pecuária nacional crescer

Com a expectativa de que o mundo demandará pelo menos 73 milhões de toneladas de carne bovina até 2020, incremento de 14% ante as 64 milhões de toneladas produzidos atualmente, surge a preocupação com a capacidade do Brasil ampliar sua produção para atender esse consumo. A realidade nacional ainda mostra pastagens degradadas e baixo uso do sistema de confinamento.

Com a expectativa de que o mundo demandará pelo menos 73 milhões de toneladas de carne bovina até 2020, incremento de 14% ante as 64 milhões de toneladas produzidos atualmente, surge a preocupação com a capacidade do Brasil ampliar sua produção para atender esse consumo. A realidade nacional ainda mostra pastagens degradadas e baixo uso do sistema de confinamento.

Durante o painel “Pecuária de Baixo Carbono: um novo paradigma produtivo para o Brasil”, realizado no Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (Feed 2011), o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, afirmou que o Brasil tem condições de produzir mais, de forma sustentável, para atender à demanda adicional prevista para os próximos anos.

Para o representante da Bigma Consultoria, Maurício Palma Nogueira, o Brasil, que possui um rebanho bovino superior a 202 milhões de cabeças, está muito aquém de sua capacidade de produção de carne.

“Hoje o País produz 9 milhões de toneladas de carne. Os Estados Unidos têm rebanho de 92,7 milhões de cabeças e produzem mais de 11 milhões de toneladas de carne bovina”, comentou o executivo. “Do ponto de vista zootécnico, nós temos de melhorar muito, considerando aspectos como nutrição, sanidade e qualidade do animal”, afirmou.

Segundo Dante Pazzanese, professor da Esalq, os Estados Unidos confinam mais de 95% do gado abatido, enquanto a Argentina, que “outrora alimentava a boiada com o capim excelente que brota por lá, hoje está confinando cerca de 60% das reses que vão para o gancho dos frigoríficos”. “No Brasil, à medida que o cerco sobre o desmatamento se fecha cada vez mais, o sistema de confinamento irá crescer. Mas ainda há muita área degradada para o boi de capim brasileiro ser produzido”, relembrou.

Por fim Pazzanese avaliou que a produção brasileira de carne pode crescer em função da adoção de tecnologias voltadas para a pecuária de corte e essa não é, segundo ele, uma realidade para outros países, como os da África.

Há cinco anos o criador de gados, Ricardo, Castro Cunha da fazenda Santa Alice, em Mirassol do Oeste, no Mato Grosso, trata suas pastagens como um agricultor cuida da sua lavoura, com a intenção de ampliar a sua renda. “Aqui fazemos a rotação e adubação de pastagens para aumentar a produtividade, e no inverno confinamos os animais”, explicou. “Esse é o caminho a trilhar para todo o pecuarista que quiser continuar no setor, pois essa atividade é de baixa rentabilidade e se não formos competentes na produção, e eliminar custos, não teremos como sobreviver”.

Cunha comentou que após esse período de investimentos os ganhos em sua propriedade estão muito maiores, e a produtividade é excepcional. “Há um tempo para que o investimento dê retorno, mas ele é certo.”

A reportagem é do jornal DCI, resumida pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Maurício Palma Nogueira disse:

    Nota em relação aos dados divulgados na notícia

    Na palestra da Bigma foram apresentados os dados de 92,7 milhões de cabeças do rebanho bovino dos EUA, com produção de 12 milhões de toneladas de equivalentes carcaça.

    Ainda na palestra, nós não nos referimos ao rebanho da Índia. Tal referência foi por conta do redator da notícia, e não da Bigma.

    Na Índia, o rebanho bovino comercial é inferior ao do Brasil e totaliza cerca 176 milhões de cabeças segundo os dados acompanhados pela Bigma. Quando somamos os bubalinos, o rebanho da Índia atinge quase 300 milhões de cabeças.

    Usamos os dados conjugados a partir das bases estatísticas publicadas pela FAO, USDA, FAPRI e OCDE.

    Os dados de 320 milhões de cabeças são do USDA e inclui búfalos, além de estimar um volume de animais muito acima do estimado por outras fontes. Por isso não adotamos apenas o USDA.

    Caso alguém tenha interesse, entre em contato que enviamos a apresentação, na íntegra.

    Forte Abraço

    Maurício Palma Nogueira

  2. Vasco Beheregaray Neto disse:

    Cáculos da ABS Global nos EUA onde se discutia o paradoxo, no pasto ou no cocho?

      A steer will eat about 65 bushels of corn to reach finish weight in a feedlot (to gain 700 lbs). This happens in less than 200 days on feed. It takes less than ½ acre of corn to produce this much corn (average yield in the U.S. is 160 bushels per acre).  

    If placed on very good pasture, it would take closer to 300 days to reach the same finish weight.  Ten months of grazing at 2 acres of dryland pasture per month means that it would take at least 20 acres of good dryland pasture or at least 6-7 acres of irrigated pasture.  

    Another problem is that the pasture gets covered with snow and the nutrient level drops off in the winter and so the steers would have to be transported south to where pastures grow through the winter.

    There are no packing plants in the south, so they would then have to be transported back to where the packers are to be harvested. My estimate is that our total herd would need to decrease by 35-50% in order to finish cattle on grass in the U.S. while our costs of production would increase by 50% or more.

    Darrell

    Darrell L. Wilkes, Ph.D.
    U.S. Beef Supply Systems Manager|ABS Global, Inc. |
    2708 Valley Oak Drive |Loveland, CO 80538

  3. Nagato Nakashima disse:

    Uma maneira muito simplicita em resolver o problema da pecuária brasileira. Em primeiro lugar temos que entender que a grande parte da produção pecuária brasileira de bovino está naquelas que possuem até 500 cabeças pulverizadas em quase 10 milhões de propriedades. Caminho é um só para atender a nova conjuntura ambiental, econômico e social.

  4. Marcio Luiz Santana disse:

    Este é caminho.

    Parabéns senhor Ricardo Castro Cunha.

    Há cinco anos o criador de gados, Ricardo, Castro Cunha da fazenda Santa Alice, em Mirassol do Oeste, no Mato Grosso, trata suas pastagens como um agricultor cuida da sua lavoura, com a intenção de ampliar a sua renda. "Aqui fazemos a rotação e adubação de pastagens para aumentar a produtividade, e no inverno confinamos os animais", explicou. "Esse é o caminho a trilhar para todo o pecuarista que quiser continuar no setor, pois essa atividade é de baixa rentabilidade e se não formos competentes na produção, e eliminar custos, não teremos como sobreviver".

  5. Nagato Nakashima disse:

    Sr. Paulo Tarso Nammur: Não sou ambientalista, mas sim de que precisaremos aprender a conviver com eles, isto é possível desde que adotemos o ambiental também como negócio e integrar ao agronegócio para proporcionar renda aos produtores. Transformando assim a pecuária em desenvolvimento sustentável com certificação.

  6. Nagato Nakashima disse:

    A produção pecuária brasileira, queiram ou não queiram ambientalistas já cumprem com uma boa parcela do desenvolvimento sustentável, pois o setor rural com com aproximadamente 10 milhões de propriedade proporcionam 30 milhões de postos de trabalhos diretos. É um peso descomunal se levar a conscientização de que recuperar, preservar também gera negócios.    

  7. Nagato Nakashima disse:

    Cadeia produtiva da pecuária é um conjunto de atividade que compões a produção de carne, no caso aqui é a bovina. Para que haja harmonia na convivência na cadeia produtiva é necessário que seja ecologicamente correto, socialmente perfeito e economicamente justo. No caso ecologicamente correto temos a certeza de que precisamos fazer alguma coisa para minimizar conflito e danos ambientais; socialmente perfeito, quando a cadeia venha desenvolver a cadeia tem plena condições de criar no meio sobrevivência digna na sociedade, agropecuária proporciona aproximadamente 30 milhões de postos de trabalho no Brasil; e, economicamente justo quando todos os elos da cadeia produtiva tenham remunerações justa para que a cadeia produtiva não entrem em declínio.
    Assim verificamos que a produção de carne bovina precisa ser aprimorada para que o principal elo, pecuarista, seja dignamente remunerada, e precisamos entender que quando se fala em boi só se perde o "berro" como também de que uma boa pele ou couro chega a custar até 200 dólares o m², Em movimentação econômica mundial enquanto a carne chega a movimentar 250 bilhões de dólares em carne o couro chega a 280 bilhões. Um detalhe uma peça de couro bovino de boas qualidade proporciona praticamente 3 postos de trabalho direto dia. Este comentário é mais para reflexão da necessidade da mudança radical no status quo da pecuária Nacional.