O agravamento da tensão no Oriente Médio, motivado pela piora do conflito entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), pode beneficiar as exportações brasileiras para os países árabes. Segundo o secretário-geral e diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Michel Alaby, a atual situação pode acirrar o sentimento antiamericano entre os povos árabes e levar a uma onda de boicotes contra produtos norte-americanos. O executivo acredita que as vendas brasileiras para a região podem crescer dos US$ 2 bilhões registrados no ano passado para entre US$ 2,4 bilhões e US$ 2,5 bilhões, com destaque para as exportações de carnes.
O presidente da Associação Brasileira do Agribusiness (Abag), Roberto Rodrigues, acredita que, apesar do conflito entre Israel e a ANP, a demanda nos países árabes não será afetada. “Temos ampliado nossas vendas e a tendência é melhorarmos”, afirmou.
Como desde 1999 o Brasil busca ampliar suas vendas para a região, um mercado alternativo fora do eixo – Estados Unidos/União Européia, por meio de ações promocionais, boa parte delas conduzidas pela Apex (Agência de Promoção de Exportações) junto com a iniciativa privada, o produto brasileiro está mais conhecido na região.
No ano passado a venda de carne brasileira para o Oriente Médio subiu de US$ 45 milhões para US$ 200 milhões, puxando o resultado de US$ 569 milhões favorável ao Brasil. As vendas totais do Brasil para o Oriente Médio cresceram 52,53%, para US$ 2,041 bilhões no ano passado, e as compras caíram 5,66%, para cerca de US$ 1,4 bilhão. Em 2000 as exportações brasileiras para a região haviam recuado 10,57% em relação a 1999.
Por conta da qualidade certificada pelo Canadá e pela União Européia, a carne brasileira foi beneficiada pela crise da doença da “vaca louca” e da febre aftosa, que derrubaram as vendas européias para a região.
Fonte: Gazeta do Paraná, adaptado por Equipe BeefPoint