O presidente do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) de Mato Grosso do Sul, Roberto Bacha, disse que o sistema de defesa sanitária da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) é insuficiente para defender o Estado da febre aftosa.
Ele afirmou que o surgimento de um foco da doença em Eldorado é reflexo da retirada das barreiras fixas da fronteira com o Paraguai há dois anos, em 2003. “A Iagro trabalha com recurso precário, sim, mas há problemas nas decisões tomadas com relação às estratégias de defesa. O problema cresceu quando foram consideradas desnecessárias as barreiras de isolamento na região de fronteira seca”, afirmou Bacha.
O controle da vacinação contra a febre aftosa é feito pela apresentação das notas fiscais de compra de vacinas e do CT-13 (documento com o número do animal abatido, sexo e idade). Conforme o presidente da agência, João Crisóstomo Cavallero, já houve a exigência de entregar os frascos das vacinas.
Bacha afirma que o órgão se manifestou contrário à alteração assim que o anúncio foi feito. De acordo com ele, alguns proprietários rurais comprovam a compra da vacina, mas não chegam a fazer a imunização.
Cavallero respondeu às críticas do CRMV. “Acusar o governo e a Iagro de deficientes na defesa sanitária é um posicionamento antiético do presidente do conselho. Ele deveria reconhecer o esforço que o Estado tem feito para proteger os rebanhos da febre”, disse.
Para assegurar o combate, Bacha defende participação maior do ministério em pesquisas e envio de recursos. Já Cavallero diz que é preciso reformular a defesa sanitária e ajudar o Paraguai no combate à doença, porque é “coincidência demais” que todos os últimos focos tenham origem na região de fronteira.
Fonte: Folha de São Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint
0 Comments
O Presidente do CRMV-MS tem toda a razão em criticar atuação da IAGRO na Vigilância Sanitária Animal em MS.
O maior problema foi a ingerência política no órgão, antes do atual presidente tomar posse, efetuada pelo antigo Secretário de Produção e hoje Superintendente do MAPA, que deu outro destino aos recursos arrecadados pelo órgão e que eram utilizados no aparelhamento dos escritórios e nas ações dos técnicos.
A interferência política na técnica e na sanidade animal é um problema muito sério, pois vigilância sanitária animal não se faz sem recursos.
Basta ver como ela é feita em países como Austrália e Nova Zelândia