Mercado Físico da Vaca – 17/12/09
17 de dezembro de 2009
Mercados Futuros – 18/12/09
21 de dezembro de 2009

Consolidação dos frigoríficos deve continuar em 2010

A concentração do setor de carnes no Brasil, que marcou este ano, deve continuar em 2010 mas o ritmo de fusões e aquisições deve ser mais lento. Foram grandes negócios - uns já esperados, outros nem tanto. Agora, a expectativa é de que, no próximo ano, o destino de algumas empresas - parte em recuperação judicial - se defina.

A concentração do setor de carnes no Brasil, que marcou este ano, deve continuar em 2010 mas o ritmo de fusões e aquisições deve ser mais lento. Foram grandes negócios – uns já esperados, outros nem tanto. Agora, a expectativa é de que, no próximo ano, o destino de algumas empresas – parte em recuperação judicial – se defina.

Depois da incorporação da Sadia pela Perdigão, da Bertin pela JBS-Friboi, da compra da Seara pela Marfrig, além de vários arrendamentos de plantas de empresas em dificuldades, espera-se, em 2010 um desfecho para o frigorífico Independência. A empresa está em recuperação judicial, mas mesmo após as negociações com credores, carrega uma dívida de cerca de R$ 2 bilhões. Diante de um passivo ainda tão pesado, a avaliação é que parte da empresa possa ser comprada. Mas vender o controle é uma tarefa mais difícil. Fontes de indústrias concorrentes, e potencialmente interessadas, afirmam que a dívida grande é um entrave.

O Independência talvez seja o caso mais emblemático, até pela surpresa que causou no mercado quando anunciou que paralisaria suas operações pois havia sido afetado pela crise financeira global.

Mas não é o único para o qual se espera uma definição. Arantes Alimentos e Quatro Marcos ainda não aprovaram seus planos de recuperação e também podem ser alvos de fusões ou aquisições – o Quatro Marcos, aliás, já arrendou unidades para a JBS S.A. este ano. O Margen, com a recuperação judicial já aprovada, arrendou plantas para a Marfrig, que também alugou unidades do gaúcho Mercosul.

Na avaliação de Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), “frigoríficos pequenos e médios vão se unir ou então serão absorvidos pelas grandes”.

O mesmo pode ocorrer com empresas de aves e suínos, que neste ano também enfrentaram a pressão da queda nas exportações – principalmente de frango – por conta da crise internacional.

De fato, a concentração é um movimento sem volta, e, seja no próximo ano, ou no médio prazo, deve continuar, dizem analistas.

Quase consenso também é que a Brasil Foods, resultado da união Sadia e Perdigão, terá de fazer alguma aquisição em bovinos, negócio em que ainda é pequena. “Há chance de a Brasil Foods ter de tomar atitude para não ser prejudicada”, afirma o especialista José Vicente Ferraz, da AgraFNP.

Outra possibilidade é a JBS entrar no segmento de aves no Brasil, depois de ter estreado nessa área com a aquisição da Pilgrim´s Pride nos EUA. Na própria JBS, essa possibilidade não é descartada.

À medida que a concentração no setor de carne avança aumenta a preocupação entre os fornecedores de matérias-primas. “Os frigoríficos são o elo da cadeia que tem condição de fazer preço”, observa Ferraz. Ele avalia que a concentração na carne bovina vai afetar os preços do boi em 2010. “Na média, deve ficar abaixo dos R$ 80 por arroba deste ano”, estima.

As informações são do Valor Econômico, resumida e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.