EUA: Promoção de verão aumentou vendas de carne bovina
22 de janeiro de 2003
Japão registra sétimo caso de EEB, o segundo em uma semana
24 de janeiro de 2003

Consórcio pecuário argentino produz animais com certificação de origem

Um grupo integrado por 390 pecuaristas de onze regiões da Província de Buenos Aires, na Argentina, está desenvolvendo o projeto “Pampas del Salado”, destinado a produzir animais com certificação de origem para a elaboração de carne destinada à exportação.

“O projeto consiste em produzir animais com certificação de origem para responder aos requisitos de rastreabilidade que, a partir de 2003, os mercados mais exigentes, como a União Européia (UE), começarão a solicitar”, disse o vice-presidente da Associação de Fomento Rural de General Belgrano (Buenos Aires), participante do consórcio, Fabián Rodríguez Pilar.

“A previsão é que, em um futuro próximo, seja muito difícil exportar sem um sistema confiável de rastreabilidade e queremos nos preparar para esta exigência”. O “Pampas del Salado” começou a tomar forma há mais de um ano “como alternativa para outorgar um valor diferente à nossa produção. Porém, somente em setembro de 2002 se pôs em marcha o plano piloto com 67 mil bezerros”. O programa teve início com a aplicação de brincos em animais com até 120 dias de vida.

Exigências

Os produtores devem elaborar um caderno de campo no qual devem registrar o animal incorporado ao projeto segundo as exigências das boas práticas pecuárias estabelecidas pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa).

Também devem ser registradas práticas de uso de antiparasitários, freqüência, dose e produtos usados, bem como as intervenções veterinárias no diagnóstico de prenhez por palpação retal e a revisão anual dos touros, assim como as contingências sanitárias que afetem o rebanho.

Parâmetros

Uma vez por mês, os pecuaristas devem incorporar os dados de seus “cadernos” no registro eletrônico da sociedade rural local, conectada em rede com as restantes associações que participam do projeto, a fim de se formar um arquivo com informações de todo o consórcio.

Quando um produtor quer vender seus animais, pode solicitar a “certificação de origem” à sua sociedade rural. Por outro lado, a entidade, para comprovar que a informação consignada pelo produtor é correta e que a cria da fazenda cumpre com todos os parâmetros (alimentação a pasto, não uso de anabolizantes e antibióticos, etc) exigidos pelos mercados internacionais, enviará auditores aos estabelecimentos. Os auditores, que realizarão pelo menos três visitas desde a aplicação dos brincos até o desmame (7/8 meses) foram capacitados pela Faculdade de Agronomia da Universidade Nacional de Buenos Aires.

A experiência está sendo desenvolvida com animais de raças britânicas e continentais e seus respectivos cruzamentos, aptos para a produção destinada ao mercado externo.

Cria

A participação dos criadores completa o circuito de rastreabilidade porque, ao proprietário rural que vai invernar o gado, que compra o bezerro ao desmame para engordá-lo e enviá-lo logo ao abate, geralmente falta informação sobre a evolução do animal, desde seu nascimento, explicou Pilar.

Além de General Belgrano, participam do consórcio “Pampas del Salado” produtores de Ranchos, San Miguel del Monte, Las Flores, Pila, Dolores, General Guido, Maipú, Mar Chiquita, Ayacucho e Balcarce. Apesar da região ser preponderantemente de cria, uma pesquisa realizada pelos membros do consórcio antecipa que, “dos 65 mil bezerros certificados, somente irão à venda uns 20 mil”, ou seja, muitos proprietários completarão o ciclo de engorda.

Todavia, em vésperas da época de venda (os meses de fevereiro e março), Pilar assegura que o objetivo é “estender as redes até o oeste da Província onde está o grosso da invernada”. Como venda promocional, “o primeiro remate de cerca de 500 bezerros certificados será realizado na Feriagro”, exposição a ser organizada em março, em Junín, disse o dirigente.

“Não fazemos prognósticos de preços, o mercado dirá se está disposto a pagar mais, mas nossa única certeza é de que, quando os exportadores exigirem rastreabilidade, os produtores do “Pampas del Salado” estarão em condições de oferecer animais com certificação de origem”.

Fonte: El Diario – Entre Ríos, publicado em E-campo.com, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.