A carne bovina encaixotada ou boxed beef – cortes de carne bovina embalados a vácuo e colocados em caixas de papelão para embarque – do Canadá tem entrado nos Estados Unidos e no México em ritmo mais rápido do que no mesmo período do ano anterior. Esse aumento nas vendas tem feito com que os pecuaristas busquem a construção de um superabatedouro para suprir a demanda.
Desde setembro, as estatísticas da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos mostram que o Canadá enviou mais de 55 mil toneladas de carne bovina encaixotada para esses dois países. “Isso é realmente fenomenal”, disse o presidente da Federação de Exportação de Carne Bovina do Canadá, Ted Haney.
O grande aumento das vendas aconteceu somente para cortes de carne bovina sem osso oriundos de animais jovens, mas Haney disse que as contínuas restrições, relacionadas à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), aos animais vivos têm feito com que os membros do setor considerem a construção de uma grande planta processadora para driblar essa barreira. “Se continuar a grande resistência aos animais vivos, o incentivo econômico para converter em carne bovina é esse”.
Haney acrescentou que já existe negociação sobre a construção de um abatedouro doméstico capaz de processar milhões de bovinos por ano, prevenindo, assim, qualquer crise no futuro, baseada nas vendas de animais vivos. “Isso fará do Canadá o maior exportador de carne bovina do mundo”.
A planta, que deverá custar Cdn$ 250 milhões (US$ 191,76 milhões, com base na cotação de 13 de novembro) e será financiada por investimento privado, poderá tornar-se operacional em cerca de dois anos, planejou Haney, sendo que os potenciais locais para a construção desse superabatedouro são Saskatchewan, Manitoba e Alberta.
Quando as vendas de bovinos vivos são incluídas, o mercado de exportação do Canadá permanece em torno de 60% das vendas do ano passado, mas a demanda por carne bovina que pode cruzar as fronteiras internacionais é a prova de que os consumidores querem a carne bovina canadense em suas prateleiras, disseram oficiais da indústria.
Os EUA e outros países fecharam suas fronteiras à carne bovina canadense depois do surgimento de um caso de EEB no Canadá, a 20 de maio deste ano. No começo de setembro, porém, os oficiais dos EUA abriram as fronteiras do país para o produto sem osso, oriundo de animais jovens, por acreditarem que tem menor risco de transmissão da doença. O México tomou a mesma atitude em outubro.
As exportações para as Filipinas deverão ser as próximas, à medida que o Canadá assinou protocolos de exportação com esse país. Macau também deverá aprovar tais protocolos nas próximas semanas, o que abrirá comércio com os vizinhos Hong Kong e China.
Oficiais dos EUA propuseram, em 31 de outubro, regras que poderão resultar na retirada das barreiras para a maioria dos bovinos e da carne bovina do Canadá, atualmente sob consulta pública.
Fonte: Canoe.ca (por Michael Platt), adaptado por Equipe BeefPoint