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Consumidores dos EUA deverão ter preços recordes da carne bovina

Os consumidores dos Estados Unidos estarão diante de preços recordes, neste ano, para hambúrgueres e filés de carne bovina, devido à redução da oferta e aos altos custos dos alimentos dos animais, segundo informado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA).

Os preços da carne bovina no varejo neste ano deverão ultrapassar o recorde de US$ 7,60 por quilo atingido em abril de 2001, disse o analista do setor de carnes do USDA, Shayle Shagam.

A produção de carne bovina nos EUA não deverá aumentar antes de 2006, enquanto os produtores continuarem liquidando seus rebanhos, informaram os oficiais do USDA em uma conferência anual de previsões agrícolas. Em 2003, a produção de carne bovina norte-americana deverá ser de cerca de 11,84 milhões de toneladas, menos que os 12,34 milhões de toneladas produzidas no último ano.

Os altos preços da carne bovina também serão conseqüência dos altos custos de alimentação animal, segundo o USDA.

As exportações de carne bovina dos EUA deverão aumentar levemente neste ano, apesar que estes carregamentos poderão ser prejudicados pelos altos preços e pelo enfraquecimento das moedas dos principais compradores mundiais do produto, disse o USDA. As exportações de carne bovina norte-americana deverão ficar em torno de 1,16 milhão de toneladas, mais que os 1,12 milhão de toneladas exportados em 2002, com expectativa de recuperação nas vendas ao principal mercado de exportação, o Japão, disse Shagam.

“A economia permanece lenta e qualquer alteração econômica poderá limitar a demanda por carne. As preocupações referentes a doenças e à segurança dos alimentos estão aumentando e poderão prejudicar qualquer expansão se os consumidores estrangeiros ou domésticos reduzirem o consumo de carnes”.

Rotulagem do país de origem

As decisões da produção e comércio de animais domésticos dos EUA poderão ser afetadas neste ano à medida que o USDA se prepara para implementar o programa de rotulagem obrigatória do país de origem, cujo prazo final de implementação é o ano de 2004, disse Shagam.

O Congresso norte-americano ordenou no ano passado que o USDA adotasse um programa de rotulagem que informasse aos consumidores a origem de alimentos como carnes vermelhas, peixes, vegetais, entre outros. Muitas organizações de produtores dos EUA ficaram contra o programa porque somente itens produzidos e processados nos EUA podem ser rotulados como produto norte-americano.

O programa voluntário, estabelecido em outubro passado, recebeu muitas críticas de alguns grupos do setor. Eles reclamam que este programa é muito custoso, trabalhoso e pode violar os acordos de comércio internacional.

Shagam disse que os produtores de bovinos e suínos do país poderão decidir aumentar as importações de animais estrangeiros, especialmente do Canadá, em antecipação ao programa de rotulagem obrigatória do país de origem. Ele disse também que poderá haver um aumento da produção doméstica de animais.

Grupos de consumidores e a Federação Americana da Agência Rural, a maior organização agrícola dos EUA, apóiam a rotulagem obrigatória do país de origem dos alimentos, por fornecer mais informações sobre os alimentos.

Fonte: Reuters (por Randy Fabi), adaptado por Equipe BeefPoint

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