O aumento do interesse pelos alimentos que têm benefícios para a saúde pode mudar a opinião dos consumidores que são contra os alimentos geneticamente modificados? Pesquisadores dos Estados Unidos disseram que os compradores poderiam pagar um preço maior pelos transgênicos se lhes fossem informados os benefícios à saúde que poderiam ter ao ingerir esses alimentos.
O professor de economia agrícola da Universidade Purdue, Jayson Lusk, usou uma pesquisa feita pelo correio para avaliar quantos consumidores estariam dispostos a pagar mais por um alimento geneticamente modificado chamado arroz dourado. Ele descobriu que, independentemente dos fatores demográficos, incluindo idade, sexo, renda e nível de educação, os consumidores poderiam estar dispostos a pagar mais pelo arroz dourado transgênico em relação ao arroz branco não-transgênico, se soubessem dos benefícios diretos que o produto geneticamente modificado poderia ter.
O arroz dourado, ainda não-disponível comercialmente, contém um gene que produz um composto o qual é convertido em vitamina A pelo corpo humano. O pesquisador forneceu informações sobre o arroz dourado para todos os participantes da pesquisa.
Para Lusk, suas descobertas vão contra pesquisas anteriores. Ele disse que os consumidores, nesses estudos, indicaram que pagariam mais por alimentos que não fossem geneticamente modificados, exatamente o oposto do que encontrou. Ele atribuiu a diferença à ênfase do estudo nos potenciais benefícios à saúde do arroz dourado aos consumidores, ao invés do ponto de vista dos produtores.
“A primeira geração de produtos geneticamente modificados surgiu de tecnologias que tendiam a beneficiar os produtores, como o milho Bt. Os consumidores não vêem muitos benefícios nesses produtos, exceto por, talvez, um pequeno decréscimo no preço. Em vez disso, os consumidores correm riscos sem benefícios”, avaliou.
A próxima geração de alimentos geneticamente modificados será como o arroz dourado, que fornece benefícios diretos para o consumidor, como melhora da qualidade nutricional ou aumento do tempo de prateleira, disse Lusk. À medida que a indústria de biotecnologia substituir seus esforços de promoção para esta segunda geração de culturas, os produtores precisarão saber se os consumidores aceitarão os transgênicos que lhes sejam benéficos.
“Apesar de os consumidores poderem perceber algum risco nos alimentos geneticamente modificados, também verão benefícios. Neste estudo, parece que os benefícios nutricionais dos transgênicos ultrapassaram sua percepção de riscos”, acrescentou.
Fonte: Foodnavigator.com, adaptado por Equipe BeefPoint