Sabor diferenciado, maciez e suculência são fatores que explicam o sucesso da carne Angus. Restaurantes, churrasqueiros profissionais e amadores, assim como clientes em geral já reconhecem todas as qualidades que tornam os cortes nobres únicos. Esse mercado, porém, tem se deparado com uma preocupação crescente, relacionada à comercialização de carnes superiores sem o respaldo técnico que comprove sua origem. Apenas as embalagens que apresentem o selo da Associação Brasileira de Angus oferecem todas as garantias de procedência ao consumidor.
Em outras palavras: muitos clientes podem estar pagando por Angus que não é exatamente Angus. “Para que a carne de Angus seja certificada, existe uma série de critérios que precisam ser levadas em consideração, desde o padrão racial do animal até controles de rastreabilidade e avaliações individuais de idade e grau de acabamento”, destacou Luciano Ducat, gerente de Divisão Comercial da Cooperaliança Carnes Nobres, sediada no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, na região central do Paraná.
Por sinal, a cooperativa fundada em 2007 é a única do Estado autorizada a emitir o selo do Programa Carne Angus Certificada, criado pela Associação Brasileira de Angus, e desenvolvida em parceria com a indústria frigorífica, desde 2003. Atualmente, são 40 unidades cadastradas em 12 estados brasileiros, que atestam a qualidade e a rastreabilidade, ou seja, a origem de cada peça produzida por cerca de 5 mil produtores.
“Trata-se de garantia de qualidade superior dos animais, que são rastreados desde o nascimento e possuem um acompanhamento nutricional em todas as etapas. Por isso, o desvio padrão de sabor e maciez nos cortes é baixíssimo”, observou Gerson Almeida, proprietário do Clube da Carne de Curitiba (PR). “Em outras palavras, o cliente final tem a confiança de estar levando realmente uma carne de qualidade e sem surpresas para o seu churrasco ou sua receita”, acrescentou Gerson.
A chef de cozinha Lorena Lacava, que comanda o grupo Churras das Gurias, em Guarapuava (PR), não abre mão de um corte superior. O selo da certificação oferece a tranquilidade de estar investindo no melhor custo-benefício para a sua carne. “Além da qualidade genética comprovada, a carne Angus conta com um programa eficiente de certificação. Por isso fico tranquila, sei que vou oferecer qualidade aos meus clientes”, frisou Lorena, que também é veterinária.
Importância da carne certificada
O número de certificações tem crescido a uma taxa de 20% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Angus. Mas qual é a importância de se adquirir uma carne com o selo do programa? Em primeiro lugar, trata-se de questão de segurança alimentar.
“Com a certificação, o consumidor tem a garantia de que a carne, de fato, é Angus. Hoje existem muitas carnes no mercado que se dizem Angus, mas não possuem o respaldo técnico necessário”, explicou a veterinária e Gerente de Divisão Técnica da Cooperaliança Carnes Nobres, Marina Araujo Azevedo.
O programa brasileiro foi inspirado no Certified Angus Beef ®, desenvolvido nos Estados Unidos. Todos os participantes têm sua produção de Angus criteriosamente avaliada na propriedade por um técnico da Associação Brasileira de Angus.
Para ser certificado, cada animal é inspecionado no curral e deve ter como pré-requisito um mínimo de 50% de genética Angus, além de ser jovem, com cobertura de gordura mínima mediana e conformação adequada de carcaça. Um brinco contendo todas as informações acompanha o bezerro do momento da certificação até o frigorífico, garantindo a tipificação de carcaças, certificação de desossa e rastreabilidade.
“É avaliada a genética, a idade e o sexo do animal, a cobertura de gordura, a conformação da carcaça, ou seja, são vários itens para assegurar que a carne seja de fato superior”, frisou a veterinária.
“Além disso, na questão sanitária, o frigorifico certificado passa por auditorias, de modo que possua requisitos sanitários até mesmo superiores aos exigidos normalmente pela vigilância sanitária. Gerando uma segurança alimentar muito maior por conta disso”, acrescentou.
O transporte da carne em frota própria, com temperatura controlada e veículos identificados, é outro diferencial observado nessa cadeia produtiva. “Os clientes que tiverem dúvidas sobre a origem do nosso produto podem consultar o romaneio de rastreabilidade exposto em cada um dos nossos pontos de venda, cujas embalagens devem obrigatoriamente conter o selo da Associação Brasileira de Angus”, observou Luciano Ducat.
A produção de carne Angus da Cooperaliança é certificada desde 2012. “Os técnicos da Associação Brasileira de Angus visitam periodicamente as propriedades dos nossos cooperados, trocando informações, de modo a garantir a evolução da qualidade do produto final”.
Fonte: Cooperaliança.