O controle integrado de plantas invasoras em pastagens engloba, principalmente, métodos culturais, mecânicos e químicos. A escolha e combinação destes métodos devem ser feitas em função da condição de ocorrência das invasoras. Os métodos adotados em caso de pastagens bem formadas e manejadas adequadamente, pastagens em processo de degradação "agrícola" e pastagens em processo de degradação "biológica são diferentes.
O controle integrado de plantas invasoras em pastagens engloba, principalmente, métodos culturais, mecânicos e químicos. A escolha e combinação destes métodos devem ser feitas em função da condição de ocorrência das invasoras.
Pastagens bem formadas e manejadas adequadamente
As espécies invasoras que normalmente se estabelecem em pastagens bem formadas e manejadas adequadamente apresentam características intermediárias entre as tolerantes ao estresse e as competidoras. As populações destas espécies devem ser continuamente monitoradas, dando-se especial atenção às espécies tóxicas e com espinhos.
O controle de invasoras em pastagens bem manejadas deve ser feito quando o nível de infestação ainda é baixo para reduzir o custo da operação. A roçagem com foice é o método mais utilizado para o controle de plantas invasoras nesse caso. Para as espécies com elevado potencial de rebrota, recomenda-se que o controle mecânico seja associado ao controle químico. Neste caso, o herbicida deve ser aplicado no toco, logo após o corte da planta.
Pastagens em processo de degradação “agrícola”
Nas pastagens em processo de degradação “agrícola”, a capacidade competitiva da planta forrageira é baixa, possibilitando o estabelecimento de invasoras. Nestes casos, devem-se aliar técnicas de controle mecânico e químico, para eliminar espécies invasoras já estabelecidas, com técnicas de controle cultural, para elevar a capacidade competitiva da planta forrageira.
A roçagem, seguida ou não de aplicação de herbicida no toco, e a aplicação foliar de herbicidas são as principais técnicas de controle recomendadas para pastagens em processo de degradação “agrícola”. Nas áreas infestadas por plantas com caule lignificado e grosso (capoeiras), pode-se utilizar o “trilho” ou o “link” para eliminar as espécies invasoras. Esta prática, no entanto, não é recomendada para capins que formam touceiras.
Dentre as técnicas de controle cultural, as principais são o ajuste da taxa de lotação e da frequência e intensidade de pastejo e a adubação do solo. A taxa de lotação deve ser ajustada de acordo com o ritmo de crescimento da planta forrageira, evitando-se o super-pastejo e o pastejo desuniforme.
A adubação do solo, principalmente com nitrogênio, eleva o ritmo de crescimento da planta proporcionando maior e mais rápida cobertura do solo. É interessante, portanto, eliminar as plantas invasoras antes da adubação por meio de técnicas de controle mecânico e/ou químico.
Em áreas com níveis de infestação muito elevado e com baixa população de plantas forrageiras (menos de 3 a 5 plantas/m2 ou áreas superiores a 3 m2 de solo descoberto), a reforma do pasto pode ser economicamente mais interessante que sua recuperação. Nestes casos, deve-se adotar técnicas de controle cultural relacionadas à implantação de pastagens, como: manejo do banco de sementes; escolha da espécie ou cultivar; preparo do solo; época de plantio; e qualidade e quantidade de mudas ou sementes.
Pastagens em processo de degradação “biológica”
Nas pastagens em processo de degradação “biológica”, a capacidade de manter o acumulo de biomassa do solo foi reduzida por razões de natureza química, física ou biológica. A recuperação do potencial produtivo do solo ou o ajuste da espécie forrageira às condições prevalecentes, portanto, é primordial para o controle da infestação do pasto.
A recuperação química do solo é feita por meio da aplicação de corretivos e fertilizantes; já a recuperação física é feita por meio de técnicas que promovam a descompactação do solo (gradagem, subsolagem, plantio de espécies biodescompactadoras) ou por práticas de conservação (construção de terraços e de bacias de captação de água ao lado de estradas).
O aumento dos níveis de matéria orgânica (recuperação biológica) pode ser obtido de forma direta, por meio da aplicação de material orgânico (ex.: esterco), ou de forma indireta, por meio da adubação da planta forrageira.
A vedação do pasto também é uma técnica importante para a sua recuperação. Ydoyaga et al. (2006) verificaram que o deferimento do uso do pasto por 138 dias, principalmente quando aliado à aplicação de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, é uma boa alternativa para a recuperação de pastagens degradadas no Agreste Pernambucano.
A eliminação das plantas invasoras já estabelecidas pode ser feita por métodos mecânicos ou químicos. No entanto, é importante verificar se o mais indicado é a recuperação ou a reforma da área. De modo geral, em áreas muito infestadas ou infestadas por plantas muito agressivas, é mais interessante reformar o pasto. Nos casos em que a espécie forrageira não é adequada ao ambiente, recomenda-se a renovação do pasto com a substituição do capim.
É importante reforçar a necessidade de recuperação do potencial produtivo do solo nas áreas em processo de degradação “biológica”. O controle das espécies invasoras por meios químicos ou mecânicos, sem a adequação do sistema, será temporária e, em pouco tempo, o pasto estará infestado novamente.
Este trecho faz parte do módulo 5 do Curso Online AgriPoint, Plantas Invasoras: impacto e controle para alta produtividade das pastagens, que tem como instrutor Leandro Coelho de Araujo, Zootecnista e Técnico Agrícola com mestrado em “Ciência Animal e Pastagens” pela ESALQ/USP onde atualmente cursa o programa de doutorado.
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Excelente Reportagem!!Parabéns!!