No mês de outubro de 2007, a Cooperocarne entrou em operação com uma indústria moderna e recém construída para abater animais dos seus 560 cooperados, concentrados na região sudeste do Estado de Rondônia.
A indústria tem capacidade de abate para 650 cabeças por dia e desossa para 2000 peças por dia.
Desde o início das operações do frigorífico, a diretoria mostrou-se preocupada em proporcionar um melhor aproveitamento industrial para os cooperados. Nesse propósito foi criado um sistema de tipificação de carcaças que tem por objetivo orientar o pecuarista a respeito do acabamento de gordura e monitorar os caminhoneiros quanto as contusões nas carcaças.
Todos os animais são avaliados levando em consideração quatro classificações para as contusões: a) Ausente: quando a carcaça não apresenta nenhuma mancha de contusão; b) Contusão Leve: é caracterizada por um vermelhidão na carcaça, não atingindo consideravelmente a mesma; c) Contusão Média: caracteriza-se por atingir a carcaça em maior dimensão e profundidade, sendo removida superficialmente durante o toalete; e d) Contusão Grave: caracteriza-se por atingir consideravelmente a carcaça, sendo removida durante o toalete da mesma, fazendo com que parte da peça fique comprometida, descaracterizando-a.
No mês de maio de 2008 o setor de Extensão Rural da Cooperativa realizou uma vistoria em todos os caminhões boiadeiros a fim de verificar alguma anormalidade nas gaiolas. Os problemas observados, embora em pequena incidência, foram porteira quebrada, parafuso exposto ou solto, estrado quebrado ou pedaços faltando e vigas quebradas. Foi solicitado um prazo de 15 dias para a adequação das gaiolas, sobre pena de cancelar o carregamento para a Cooperativa.
Concomitante com a vistoria foi realizado treinamento com todos os motoristas orientando-os quanto aos cuidados necessários para se transportar os animais, enfatizando a importância de um transporte bem feito para todo o setor – vendedor, comprador e o próprio motorista.
Para auxiliar no monitoramento das contusões foi criado um relatório no sistema da Cooperativa informando a probabilidade de determinado motorista provocar as contusões graves ou médias durante o transporte dos animais. O princípio da análise segue o seguinte raciocínio: para 108 bois são necessários 6 caminhões para o transporte; caso haja um animal com uma classificação de contusão grave ou média para esse transporte, cita-se o nome dos 6 motoristas e a probabilidade de ter sido um deles o causador da contusão; neste exemplo teríamos 16,7% de chance (100%/6 caminhoneiros). Assim é possível analisar o grau de atenção e cuidado dos motoristas durante o transporte dos animais.
O que impressionou foi o resultado obtido com essas ações, como pode ser observado no gráfico, no qual se nota uma redução significativa em todos os tipos de contusões. Principalmente nas contusões graves, a redução foi muito grande, atingindo 89% nos machos e 76% nas fêmeas.
Os motoristas realmente conseguiram assimilar que eles são um elo importante da cadeia. Não adianta o produtor fazer a sua parte e o caminhoneiro não.
O próximo passo é orientar o pecuarista quanto ao manejo correto no carregamento e a maneira de tratar o motorista que transporta sua produção. É importante o pecuarista valorizar o motorista oferecendo água fresca, uma refeição ou até mesmo desejando um bom dia e boa viagem.
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Parabéns pela iniciativa. Os demais frigoríficos deviam se preocupar com isso também, pois os descontos por estes danos são descontados do criador. Sentimos que os frigoríficos não se preocupam com esse tipo de treinamento, que devia se estender a todos.
Prezado Paulo Saraiva de Jesus França,
Obrigado por comentar o artigo. Realmente é uma grande preocupação da Cooperativa e realmente tem dado resultado.
Mas uma coisa que o produtor também tem que se preocupar é de tratar bem o caminhoneiro. Temos alguns exemplos tristes.
Grato
Abraços
Alexandre Foroni
Parabens Alexandre,
Espero que um dia os frigoríficos passem a ser um “elo” da cadeia da carne bovina como o exemplo da Cooperativa Cooperocarne, e não um “vilão” que assombra todos os pecuaritas.
Belo trabalho
Um Abraço
Tiago Arantes
Parabéns pela iniciativa da orientação aos caminhoneiros. Como esta providencia ainda está no inicio, por quê não elaborarem uma pequena cartilha e propaga-la neste site para que nós os agropecuaristas pudessemos imprimi-la e a distribuirmos aos nossos motoristas ao pegar os nossos animais? Eu me preocupo muito, porque tento conduzir os meus animais da melhor forma possível até ao cminhão. Obrigada: Zilany