Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a fracassada negociação ao "tomar nota" do acordo que havia sido aprovado na última sexta (18), por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Isso significa, segundo especialistas, que o acordo não teve a unanimidade de que precisava para vigorar, mas que, ainda assim, pode ser aplicado.
Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a fracassada negociação ao “tomar nota” do acordo que havia sido aprovado na última sexta (18), por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Isso significa, segundo especialistas, que o acordo não teve a unanimidade de que precisava para vigorar, mas que, ainda assim, pode ser aplicado.
Pelas regras da ONU (Organização das Nações Unidas), um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupadas com as elevações do nível do mar o que, afinal, se mostrou impossível.
Sexta-feira (18), durante todo o dia, os chefes de Estado realizaram reuniões para tentar chegar a um acordo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs na mesa a possibilidade de “dar dinheiro” para o fundo que ajudaria países em desenvolvimento a adotar medidas pelo clima. “Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo com uma proposta final aqui”. Não funcionou. Por fim, tentou conciliar os gigantes poluidores Wen e o americano Barack Obama na busca de uma linguagem adequada para atender aos dois antagonistas.
Durante a madrugada, o diálogo só piorou. O texto pré-aprovado pelo total de 30 países ricos, emergentes ou em desenvolvimento, foi barrado por países como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, para quem a adoção de um acordo com o qual não tinham colaborado não era uma opção. Houve intensos debates.
No sábado (19), o presidente da Conferência, o primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, fez uma pausa de algumas horas na sessão para consultar com os advogados uma possível saída. O meio encontrado foi a “tomada de nota” que, de acordo com o diretor da ONG Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados) Alden Meyer, significa que “há status legal suficiente para que o acordo seja funcional, sem que seja necessária a aprovação pelas partes”.
O acordo pré-aprovado que Obama definiu como “insuficiente”, trazia como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática, sem nenhuma palavra sobre metas para corte em emissões de CO2, a grande expectativa da cúpula que era pra ser a maior do século.
Diante do inevitável fiasco de Copenhague, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reunião para Bonn, na Alemanha, em junho. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.
A reportagem é da Folha de São Paulo Online, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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Estas pessoas deviam ter vergonha de fazer um movimento deste tamanho, e voltarem dizendo que não houve acordo, que foi um fracasso, um fiasco.
Isto tira a credibilidade desses governos e a importância que estas pessoas dão a este assunto.