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12 de dezembro de 2008

Copom mantém taxa básica de juros em 13,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu ontem manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. "Tendo a maioria dos membros do comitê discutido a possibilidade de reduzir a taxa básica de juros já nesta reunião, em ambiente macroeconômico que continua cercado por grande incerteza, o Copom decidiu, por unanimidade, ainda manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés, neste momento", foi a justificativa oficial.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu ontem manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. “Tendo a maioria dos membros do comitê discutido a possibilidade de reduzir a taxa básica de juros já nesta reunião, em ambiente macroeconômico que continua cercado por grande incerteza, o Copom decidiu, por unanimidade, ainda manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés, neste momento”, foi a justificativa oficial.

Se os juros estacionam ou ficam menores, pode haver estímulo ao consumo. Na situação de crise financeira global, em que se teme uma recessão mundial, o aumento das compras é considerado positivo porque movimenta a economia (as fábricas produzem e se garante o nível de emprego). Por esta razão, depois da eclosão da crise, vários países no mundo decidiram, de maneira combinada, baixar suas taxas de juros.

No entanto, o BC também se preocupa em não reduzir muito os juros, porque isso poderia aquecer demais a economia, causando muito consumo e risco de inflação (quando há muita procura, os produtos tendem a encarecer). Essa foi a última reunião do Copom no ano. O próximo encontro do comitê está marcado para ocorrer ano que vem, em 20 e 21 de janeiro.

Críticas à decisão

A decisão do Copom de manter a taxa Selic foi criticada por diversos setores da sociedade. Na opinião de Armando Monteiro, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o corte de juros contribuiria para amenizar os efeitos da crise global sobre o nível de atividade e emprego domésticos, sem prejuízo do controle inflacionário. “A economia interna passa por um forte momento deflacionário, com amplo impacto nos preços em escala mundial, e há recuo na atividade interna, com desaceleração nos preços e custos domésticos”, alerta.

“É absurdo manter a taxa de juros em nível tão elevado, quando a inflação está sob controle e precisamos lutar para impedir que haja uma queda brusca do crescimento”, disse em comunicado o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. “O governo brasileiro, ao insistir em não abaixar a Selic, coloca-se na contramão do que países como Japão, Estados Unidos e outros da Europa estão praticando: cortes drásticos nos juros para proteger emprego e renda”, completa.

“O câmbio está se desvalorizando em razão das expectativas negativas em relação ao dinamismo da economia brasileira, inclusive no setor externo. Não há pressão de demanda interna ou externa, haja vista a redução dos preços de commodities que por outro lado é um fator que ajuda no controle da inflação. Índices recentes como o do IPCA mostram que a inflação não vai estourar a margem de dois pontos neste ano e já pode estar convergindo para o centro da meta no ano que vem”, afirmou o presidente da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Szajamn.

Na avaliação da Força Sindical, a medida é um desastre, pois a crise econômica, somada a juros elevados, prejudica os trabalhadores que tentam manter seus empregos. Já para a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a manutenção da taxa básica de juros é “uma estupidez reconhecida internacionalmente”. A entidade também acredita que a atitude prejudica os empregos e salários, em um momento em que devem ser prioridade. Com informações de Roberta Vilas Boas, do InfoMoney e também do portal UOL.

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