A Coréia do Sul confirmou ontem (11/06) mais 3 casos de febre aftosa em suínos e informou que deverá sacrificar mais animais na tentativa de controlar o foco que está acometendo o país justamente durante a realização da Copa do Mundo de Futebol, que vem ocorrendo desde 31 de maio.
O Ministério da Agricultura coreano disse que irá sacrificar cerca de 9 mil animais de 4 fazendas, após o surgimento destes últimos casos, o que elevará o total de animais sacrificados devido à aftosa a cerca de 126 mil, sendo principalmente suínos, mas também alguns bovinos.
A Coréia do Sul está considerando que a doença está confinada a uma área limitada que envolve cerca de 15 propriedades rurais. “Os casos ainda estão confinados a áreas limitadas”, disse o diretor geral do Serviço Veterinário Nacional e de Quatentena, Kim Ok-kyung. Segundo ele, não há ainda a necessidade de vacinar os animais. “A não ser que surjam focos simultâneos em locais diferentes ou que surjam casos fora desta área afetada, nós não vamos vacinar os animais”. Quanto questionado se a doença está controlada, Ok-kyung disse que não é possível ainda fazer este tipo de previsão. “Veremos nos próximos 3 dias”, mencionou.
A Coréia do Sul tem quase 9 milhões de suínos e 2 milhões de bovinos. Segundo Ok-kyung, após investigar a área afetada, o governo do país está considerando a possibilidade de expandir os abates de animais. As autoridades coreanas vão decidir essa possível expansão nos abates nesta quarta-feira (12/06).
No ano 2000, a Coréia do Sul apresentou casos de febre aftosa em seus rebanhos, os quais prejudicaram severamente a indústria de exportação de carne suína. Nesta ocasião, o país promoveu vários abates e implantou uma campanha de vacinação. Porém, alguns produtores disseram que a vacinação causou abortos e morte dos filhotes em suínos.
Ainda em área limitada
Do total de casos positivos, 13 fazendas estavam localizadas entre as cidades de Yong-In e Ansong, na província de Kyonggi. Os outros dois casos ocorreram próximos a Chinchon, na província de Chung Chong. Todos eles estavam a 60-90 quilômetros do sul da capital do país, Seul.
A criação de suínos onde ocorreram os últimos casos se localizava na cidade de Ansong, que já tinha sido acometida pela doença. Os novos casos estavam em um raio de 3 quilômetros da primeira fazenda afetada, onde os suínos foram abatidos para conter a doença.
No último sábado, a Coréia do Sul confirmou o primeiro caso de febre aftosa em uma vaca, também próxima às áreas onde os suínos foram acometidos pela doença.
Os focos de aftosa deste ano surgiram justamente em um período em que a Coréia do Sul está tentando apresentar uma imagem positiva, devido à ocorrência dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, que estão sendo realizados neste país e no Japão. Além disso, eles surgiram poucos dias após o país ter anunciado uma recuperação parcial nas exportações de suínos, após o foco de aftosa do ano 2000.
A Coréia do Sul colocou 310 tapetes nos aeroportos para desinfetar os sapatos dos visitantes, e as autoridades do país estão usando também cães farejadores. Porém, o país ainda não tem planos para colocar tapetes com desinfetantes nos estádios de futebol.
Fonte: Reuters (por Cho Mee-young), adaptado por Equipe BeefPoint