O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana, afirmou que o país vive numa “situação de roleta russa” nas questões da defesa sanitária. Ele referia-se ao corte feito na verba do Mapa destinada às ações de defesa. De acordo com Crestana, “um evento importante pode comprometer o negócio agrícola”. Ele referia-se a eventuais restrições comerciais aos produtos brasileiros resultados de registros de doenças animais ou vegetais.
Para ele, não só um foco de febre aftosa pode comprometer as exportações brasileiras. Crestana enumerou outros problemas sanitários que poderiam prejudicar os embarques de produtos agrícolas, entre eles ferrugem asiática, gripe do frango e o mal da “vaca louca”.
Ele fez ontem, em Brasília, um balanço dos 32 anos da Embrapa, data que é comemorada hoje. Nos últimos anos, as ações da empresa estiveram baseadas em quatro pilares: levar o desenvolvimento para o interior do país, preservar os recursos naturais, gerar alimentos para exportação e oferecer alimentos por preços mais baixos. “Houve a interiorização do desenvolvimento e a preservação da base dos recursos naturais. Nós colaboramos com as exportações e houve queda nos preços dos alimentos. Cumprimos nosso papel”, avaliou.
Para o futuro, ele considerou como “desafio” questões ligadas à agroenergia, defesa animal e certificação dos alimentos. Crestana aproveitou para lembrar que parte do orçamento deste ano da empresa está sendo gasto para pagar dívidas de 2004. “Ainda trabalhamos para saldar dívidas contraídas no ano passado. Temos restos a pagar”, comentou. No total, as dívidas remanescentes somavam R$ 40 milhões, mas metade desse valor já foi quitada.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Fabíola Salvador), adaptado por Equipe BeefPoint