Cota Hilton: Austrália aproveita oportunidade de exportação para UE melhor que Brasil

Embora a Austrália não tenha conseguido utilizar toda sua cota Hilton da União Europeia (UE) para carne bovina de animais criados a pasto no ano de 2012-13, que acabou de se completar, o país ainda se saiu bem melhor do que a maioria dos fornecedores de carne que participam da cota.

A Austrália utilizou 90% de sua cota Hilton no último ano financeiro, enviando 6.441 toneladas de sua cota de 7.150 toneladas, menos que os quase 100% enviados em 2011-12. A queda foi parcialmente devido a mais bovinos aceitados pela UE entrando em um fluxo separado de produção de animais alimentados com grãos, ao invés do fluxo de carne de animais criados a pasto.

A cota Hilton é específica de alguns países, com acesso distribuído a Argentina, Austrália, Uruguai, Brasil, Nova Zelândia, Paraguai e Estados Unidos/Canadá.

A Argentina tem a maior parte da cota, de 30.000 toneladas, mas enviou somente 81% desse total no ano passado. Estados Unidos e Canadá têm acesso conjunto a 11.500 toneladas, mas enviaram somente 4% do total, enquanto Brasil, com 10.000 toneladas de cota, cumpriu com somente 30%.

Apesar do uso da cota Hilton da Austrália no ano passado ter caído, as exportações de carne produzida a pasto do país em 2012-13 aumentou em 2%, para 8.800 toneladas. Isso indica que parte desse produto foi enviado ou por outras cotas da UE às quais a Austrália tem acesso, ou fora de cotas, atraindo, nesse caso, tarifas maiores.

No total, as exportações australianas de carne bovina à UE totalizaram 2.041 toneladas em junho, 1% a menos que em junho, que foi o maior mês para as exportações de carne bovina desde 1998. Apesar de os envios terem caído levemente, as exportações de carne bovina de animais alimentados com grãos continuam alcançando recordes, totalizando 1.177 toneladas em julho, 12% a mais que o recorde anterior, alcançado no mês anterior.

Isso leva as exportações totais de carne bovina em 2013 até agora para 11.162 toneladas, 42% a mais que no mesmo período de 2012. Os envios de carne de animais alimentados com grãos dobraram até agora em 2013, totalizando 6.004 toneladas, enquanto as exportações de carne produzida a pasto também aumentaram, e, 6%, para 5.158 toneladas.

A UE tem sido um mercado importante para a indústria de carne bovina da Austrália nos últimos anos, com os envios totais aumentando em 31% com relação ao ano anterior em 2012-13, totalizando 17.531 toneladas.

A demanda por carne bovina permaneceu baixa devido à recessão econômica, ainda com a escassa oferta direcionando os preços locais do gado para níveis recordes, afirma Larkin.

De acordo com a agência de análises econômicas, GIRA, isso tem tornado a situação para os processadores na UE muito difícil, à medida que os varejistas tentaram acomodar os consumidores com menor confiança e, consequentemente, reduziram as margens dos processadores.

Não é só isso, já que a menor confiança dos consumidores reduziu a demanda por cortes de alta qualidade, levando a questões de balanço da carcaça e menor lucratividade no setor de processamento.

A GIRA prevê que o consumo de carne bovina na UE cairá em 3% em 2013, comparado com o ano anterior, que é um reflexo da contínua situação econômica ruim da região e do preço relativamente alto da carne bovina, direcionado pelos altos preços do boi.

Apesar desses desafios, as importações de carne bovina de países de fora da UE foram fortes até agora nesse ano, com os volumes de janeiro a maio totalizando 82.400 toneladas, 17% a mais que no ano anterior.

Os maiores volumes exportados pelo Brasil e o maior uso de carne bovina da cota de carne bovina de animais alimentados com grãos da UE pela Austrália, Estados Unidos e Uruguai direcionaram maiores importações. As exportações do Brasil foram ajudadas pela desvalorização do Real.

Fonte: Beef Central, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.