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Cotação do boi gordo sem reação

Pela segunda semana consecutiva a cotação do boi gordo no mercado goiano se mantém entre R$ 43,00 e R$ 44,00 a arroba, sem dar sinais de reação a curto prazo. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes (Sindicarne), José Magno Pato, diversos fatores contribuem para essa relativa estabilização dos preços da carne: o fato de estarmos em plena safra do boi gordo, a estagnação da demanda pelo produto no Estado e em todo o País e a conclusão dos contratos de exportação.

Magno Pato argumenta que, embora não deva cair mais, também não há perspectiva de alta da cotação do boi gordo a curto prazo, tendo em vista que a boa oferta de animais vem permitindo que os frigoríficos façam suas escalas de abate sem qualquer dificuldade. Segundo ele, a demanda reprimida de carne se deve sobretudo ao elevado preço do produto no varejo, o que reduz a capacidade de consumo da população de baixa renda.

Magno Pato pondera, entretanto, que apesar do que dizem algumas entidades de produtores, a cotação do boi gordo está baixa, mas pelo contrário, até acima da média histórica. “Mesmo a R$ 43,00 a arroba ainda fica acima dos 18 dólares, quando a média para essa época do ano sempre foi ao redor dos 16,5 dólares, com picos de queda de até 15 dólares”, lembra o dirigente do Sindicarne. Ele argumenta que, além do mais, a carne é uma commodity e como tal, sua cotação no mercado interno não pode descolar-se da realidade do mercado mundial.

Quanto às exportações, Magno Pato explica que não constituem uma alternativa para alavancagem do preço do boi gordo, no momento, porque nesse período os contratos do ano anterior estão praticamente encerrados e os novos ainda não estão em execução.

O coordenador do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, concorda que o momento não é bom para o setor, mas acha que o próprio pecuarista tem grande parte da culpa. “Precisamos tomar consciência de que devemos reduzir a oferta em momentos de pico de queda dos preços”, diz Antenor Nogueira.

Para Antenor Nogueira, nesses períodos de mercado desaquecido, o produtor deve se pautar por comercializar apenas o necessário para atender aos seus compromissos financeiros imediatos. “O pecuarista precisa entender que vender o boi a preço aviltado é trabalhar contra o seu próprio negócio e o dos seus companheiros”, argumenta.

Fonte: O Popular/ GO, adaptado por Equipe BeefPoint

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