Um segmento da cadeia agropecuária que não costuma ganhar destaque na Expointer foi o centro das atenções ontem (04), na Casa RBS. Em diferentes tons, texturas e modelos, o couro tomou conta da passarela montada para um desfile de moda.
Sete modelos desfilaram 41 conjuntos da Partner e da Baby Leather, de Estância Velha, produzidos pela Confecção Dominator, de Farroupilha. O evento fechou o Fórum Fenac do Couro.
O consenso é de que há muito a avançar para colocar peças de alta qualidade a serviço da moda e da indústria de estofados, artefatos e calçados, por exemplo. A discussão se concentrou nas dificuldades em integrar pecuaristas, frigoríficos e curtumes. “O couro brasileiro é marcado a ferro e fogo nos lugares errados, sofre com os ectoparasitas que atacam o gado e é visto como subproduto do boi. O país perde de US$ 1 bilhão a US$ 2,5 bilhões por ano”, apontou o pecuarista e veterinário Valter Pötter, da Estância Guatambu, de Dom Pedrito.
Na origem dos problemas estão a falta de manejo adequado, o uso de arame farpado e de veículos com danos na carroceria para o transporte dos animais. Cerca de 60% das perdas estão dentro da porteira.
Conforme o coordenador do Projeto Brasileiro de Melhoria do Couro Cru, Carlos Obregon, os curtumes devem exigir e pagar pela qualidade. Hoje o País abate 33 milhões de cabeças e exporta anualmente 20 milhões de peças de couro.
Foi apresentado o programa de classificação da qualidade do couro do Grupo Independência, de Mato Grosso do Sul. “Além de rastrear o couro, a empresa faz a classificação das peles, premia as melhores peças e fornece um gabarito aos produtores, com a identificação dos defeitos e das qualidades do couro”, explicou João Luiz Mella, do departamento de pecuária.
Fonte: Zero Hora/RS, adaptado por Equipe BeefPoint