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Couro gaúcho recebe certificado de procedência

Com incentivo do Sebrae no Rio Grande do Sul e representados pela Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul), o setor coureiro do Vale do Sinos comemora a recente conquista do certificado de procedência, ou Indicação Geográfica (IG) concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A aprovação vai além de reconhecer o valor local do couro acabado, uma vez que esta é a primeira da industria nacional no setor.

Com incentivo do Sebrae no Rio Grande do Sul e representados pela Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul), o setor coureiro do Vale do Sinos comemora a recente conquista do certificado de procedência, ou Indicação Geográfica (IG) concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A aprovação vai além de reconhecer o valor local do couro acabado, uma vez que esta é a primeira da industria nacional no setor.

E com um pouco mais de um mês, as corporações agraciadas já estão agendadas para apresentar a experiência no seminário da OriGIn. Trata-se de uma organização que reúne produtores com IG no mundo inteiro. Este ano o encontro será realizado em Teruel, na Espanha, entre os dias 24 e 26 de junho.

“Esta ação se insere no trabalho de busca de agregação de valor e acesso a mercado, promovida pelo Sebrae/RS e a AICSul, numa parceria muito bem sucedida, que conquistou um resultado excepcional para o setor”, avalia o superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes.

Desde 2004 as duas instituições trabalham ativamente para colocar em prática o projeto com as empresas Aplic Colour, Curtume Berghan, Mats Beneficiamento, Polar Couros, Soft Beneficiamento e Tekcouro. A gestora do projeto, Mirian Fofonka, da Unidade Regional do Sebrae Sinos, Caí e Paranhana, explica que o Regulamento Técnico seguido pelas empresas, que garante os níveis de conformidade para os produtos, avalia cinco requisitos: matéria-prima, insumos químicos, processo, produtos e sócios ambientais.

O trabalho em busca da Certificação de Procedência também passou pelo resgate na história da imigração alemã das origens para a qualidade atual do couro acabado da região A chegada dos alemães no Rio Grande do Sul, em especial no Vale do Sinos, remonta ao ano de 1824.

“Estes imigrantes detinham uma mão-de-obra muito especializada”, reforça o diretor executivo da AICSul, Paulo Griebeler, que acompanhou com o Sebrae/RS todo o processo para a conquista do certificado, desde a pesquisa histórica até a construção do regulamento técnico que norteia todas as operações das corporações. De acordo com ele, atualmente “cerca de 40% da produção de peles processadas no Brasil, ou 45 milhões de peças de couro acabado, são provenientes do Vale do Sinos”. No mundo, segundo Griebeler, a produção gaúcha representa 20% das 220 milhões de peles.

Além dos números robustos, há também o fator qualidade. “Não importa o tipo de couro, bovino ou caprino, o acabamento é garantido pela tradição e o know how atual”, orgulha-se a proprietária da Aplic Colour, localizada em Novo Hamburgo, Marli S. Balbinot. “Atendemos em especial o mercado da moda com estampas, padronagens, texturas que quebram paradigmas em relação à manufatura, o acabamento e a personalidade do produto”.

Por enquanto, 90% do mercado atendido pela Aplic Colour é o interno e uma pequena parte da sua produção pode ser encontrada no Uruguai, Colômbia e mesmo os Estados Unidos. Além disso, a empresa inicia investimentos em feiras para ingressar no mercado europeu. “Este é um projeto de cinco anos que agora passa a ter a favor a Indicação de Procedência, que chegou no momento certo”, diz Marli, lembrando que se trata de uma ferramenta importante para conquistar o mercado internacional.

No Brasil, a cultura de proteção de produto ou serviço se deve a Lei nº 9.279/96. A Lei da Propriedade Industrial foi inovadora em relação a prática européia que contempla somente produtos agroalimentares e vinhos.

O País, ao contrário, confere proteção legal às regiões produtivas certificando produtos com qualidade comprovada. No Rio Grande do Sul, além da Indicação de Procedência do Vale do Sinos (Couro Acabado), há também a Indicação de Procedência do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (Carne) e a Indicação de Procedência do Vale dos Vinhedos (Vinhos).

As informações são do Sebrae, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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