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Couro: queda na demanda pode causar recuo nos preços

A desaceleração das economias européias e norte-americana já faz com que diversas fábricas de sapatos chinesas fechem as portas. Responsáveis pelo abastecimento dos países desenvolvidos, as fabricantes chinesas são as grandes consumidoras de couro do Brasil. Agora, diante da crise internacional, as vendas externas do componente, muito usado também pelas indústrias automotiva, de estofados e calçados, deve ter forte queda.

A desaceleração das economias européias e norte-americana já faz com que diversas fábricas de sapatos chinesas fechem as portas. Responsáveis pelo abastecimento dos países desenvolvidos, as fabricantes chinesas são as grandes consumidoras de couro do Brasil. Agora, diante da crise internacional, as vendas externas do componente, muito usado também pelas indústrias automotiva, de estofados e calçados, deve ter forte queda.

A oferta de couro no mercado interno deve ser abundante em 2009 e os preços podem cair entre 15% e 20%, segundo Francisco Santos, presidente da Couromoda, feira que reúne 90% do setor calçadista. “Vamos ter uma oferta maior de couro que vai empurrar o preço para baixo”, explicou Santos.

Cesar Augusto Stroher, diretor do grupo Cariri, do Rio Grande do Sul, lembrou que o valor do couro já está em queda desde 2008. O executivo do grupo, que exporta 80% da produção mensal de cerca de 2,5 mil pares de sapatos de couro, não descarta novas quedas no preço do insumo. “A tendência é baixar ainda mais”, disse ele, que aposta em uma redução de aproximadamente 15% para o couro de baixa classificação.

Stroher afirma que redução de preço no mercado interno é possível, mas depende do dólar, uma vez que a maior parte dos produtos utilizados para tratamento do couro são importados.

Novos nichos

Além de preços mais baixos, 2009 pode ser o ano para reconquistar o mercado externo, segundo Santos. Depois de quatro anos de câmbio desfavorável, a atual situação cambial pode ajudar a impulsionar negócios em nichos específicos, como o mercado de alto luxo.

Stroher, do grupo Cariri, planeja aumentar o preço médio dos pares exportados, que hoje fica em US$ 37. “Queremos começar a vender sapatos de até US$ 60”, disse. O executivo já sente uma demanda mais fraca do principal país comprador, a Inglaterra, responsável por 80% das exportações da empresa. Dessa maneira, quer aproveitar o câmbio favorável para entrar com mais força em outros países.

Com o câmbio favorável, a idéia é também recuperar parcela do mercado dos sapatos de custo mais baixo perdido nos últimos anos. “Podemos recuperar o que perdemos e entrar numa nova faixa, que é o alto luxo”, afirmou Santos.

A matéria é de Wilson Gotardello Filho, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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