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Crédito para pecuária será menor em Goiás

Os financiamentos para o segmento pecuário esse ano devem ficar abaixo dos níveis de 2002, devido à escassez de recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, esgotados desde março, bem como das lentas liberações do Programa de Modernização da Frota (Moderfrota).

A possibilidade é admitida pelo gerente de Agronegócio da Superintendência do Banco do Brasil em Goiás, Carlos Silveira, que, entretanto, considerou positiva a atuação do banco no setor. Segundo ele, no ano passado o banco aplicou R$ 448 milhões na pecuária goiana, contra R$ 199 milhões nos primeiros oito primeiros meses deste ano.

Silveira argumentou que o BB tem procurado contornar a escassez de recursos das linhas tradicionais de crédito reforçando a utilização de outros mecanismos de financiamento como o das Cédulas de Produto Rural (CPR).

Segundo ele, até o final de agosto o banco avalizou CPRs para a pecuária e para a agricultura no valor de R$ 100 milhões e a expectativa é de que esse valor chegue a pelo menos R$ 200 milhões até o final do ano. O Banco do Brasil avalisa CPRs de grãos, especialmente de milho, e de produtos pecuários, como bezerro, boi gordo, boi magro, vaca de corte, com custo de 2,5% ao mês para o produtor, incluindo a taxa de aval.

O gerente explicou que para o custeio pecuário os recursos provêm das exigibilidades bancária (depósito compulsório) e da Poupança Ouro do próprio Banco do Brasil. O teto de financiamento por produtor é de R$ 60 mil para a pecuária de corte e de R$ 90 mil para a de leite. Em ambos os casos com juros de 8,75% ao ano e prazo de um ano para pagamento. Há ainda o chamado Custeio Dissociado, financiado com recursos do FCO, também com juros de 8,75% ao ano, mas Silveira admitiu que são casos mais raros.

FCO e BNDES

Para investimentos pecuários, os recursos são provenientes do FCO e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES/Finame). A linha FCO financia aquisições de matrizes, recuperação de pastagens, máquinas e equipamentos, além de construção de cercas, represas, aguadas, currais, cochos, bebedouros. O teto por produtor é de R$ 4,8 milhões, com prazo de até 12 anos, com até três anos de carência, e juros que variam de acordo com o porte do produtor: 6% ao ano para o mini; 8,75 para o pequeno e o médio; e 10,75% para o grande, com rebate de 15% do juro anual, quando o pagamento for feito em dia.

No caso de recursos do BNDES/Finame, os ítens financiáveis são recuperação de pastagem, recuperação de solo, máquinas e equipamentos. Para recuperação de solo e de pastagens, os juros são de 8,75% ao ano, mas para máquinas e equipamentos, de 9,75% para produtores com renda bruta anual de até R$ 150 mil e de 12,75% para os de renda superior. Em ambos os casos, o prazo para pagamento é de quatro anos, com seis meses de carência.

O banco dispõe ainda de uma linha de crédito especial para feiras e exposições, para financiamento de máquinas, equipamentos e bovinos, a juros de 8.75% ao ano. O teto é de R$ 60 mil por produtor e os prazos para pagamento são de três anos para as aquisições máquinas e equipamentos, e de dois anos para as de bovinos.

Fonte: O Popular/GO (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint

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