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Credores questionam atuação do Bertin na Braspelco

A batalha judicial de credores com a Braspelco começa a envolver o grupo Bertin. A fábrica de couros acumula dívidas que superam os US$ 200 milhões e com os planos de ampliação fracassados em 2005 teria sido assumida pelo Bertin, mas sem o passivo.

A batalha judicial de credores com a Braspelco começa a envolver o grupo Bertin. A fábrica de couros acumula dívidas que superam os US$ 200 milhões e com os planos de ampliação fracassados em 2005 teria sido assumida pelo Bertin, mas sem o passivo.

No início de 2006, a Braspelco ficou inadimplente. A lista de credores inclui até o BNDES, que liberou dinheiro para a construção de uma fábrica, e a Finep, que financiou projetos de tecnologia.

O questionamento dos credores em relação ao Bertin é que logo após ficar inadimplente, a Braspelco firmou um contrato de prestação de serviços para o Bertin utilizar as unidades de Uberlândia (MG) e Itumbiara (GO). Na prática – segundo eles -, o Bertin teria assumido a companhia sem assumir o passivo.

“O que efetivamente verificamos é que os dois complexos industriais vistoriados (…) são operados pelo grupo Bertin, que mantém funcionários em cargo de chefia, provendo, mantendo e determinando estoques, aquisição de produtos químicos, de equipamentos, peças, demitindo e admitindo pessoal (…)”, disse a perita Jane Freitas de Andrade, em relatório ao juiz da 17ª Vara Cível do Rio, onde corre o processo de Maple, Goldman e Pactual.

Outro indício apontado pelos credores é um acordo fechado entre a Braspelco e a secretaria do Meio Ambiente de Uberlândia, em que, assinam o documento Natalino Bertin e Silmar Roberto Bertin. Além disso, em um captação externa realizada em setembro de 2006, o Bertin colocou no memorando apresentado aos investidores a unidade de Uberlândia como sendo dele.

Até hoje, nunca foi apresentado na Justiça o contrato entre ambas. O Bertin informou em comunicado que se utiliza de “serviços de industrialização por encomenda” nas áreas de higiene, limpeza e couros. Entre esses prestadores estaria a Braspelco até o dia 16 de abril deste ano. “A partir desta data, em razão de ampliação da capacidade de produção do grupo, o Bertin deixou de usar os serviços da Braspelco para arrendar duas de suas unidades industriais, localizadas nos municípios de Itumbiara (GO) e Uberlândia (MG)”. Segundo o Bertin, a transação não configura mudança de controle acionário e, por isso, “não lhe compete responder por eventuais passivos”.

Além de credores, antigos sócios de Arnaldo Frizzo também questionam o acordo com o Bertin. “Consideramos que estamos sendo preteridos no nosso patrimônio e isso poderá ensejar uma medida de perdas e danos contra o Bertin”, disse o advogado Aires Vigo, que representa Germano Sukadolnik, Luiz Afonso Sukadolnik e José Daniel Pedreira Bueno. Os três eram sócios de Arnaldo Frizzo na Baru Participações, controladora da Braspelco e não receberam pela venda de suas ações.

As informações são de Raquel Balarin, do Valor Econômico.

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