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Cresce a receita com embarques de carne bovina em fevereiro

As exportações brasileiras de carne bovina aumentaram 28,6% em fevereiro, em relação ao mesmo período do ano passado, e atingiram US$ 143,37 milhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). Em fevereiro de 2003, a receita com exportações de carne bovina foi de US$ 111,74 milhões.

Em termos de volume, os embarques permaneceram praticamente inalterados e somaram 115,2 mil toneladas em comparação aos embarques de 115,4 mil toneladas em fevereiro de 2003.

O desempenho obtido pela carne bovina in natura foi melhor, com aumento de 35,4%, de US$ 84 milhões para US$ 114,4 milhões neste ano. As receitas com carne industrializada cresceram 7,3%, para US$ 28,9 milhões, em relação aos US$ 26,9 milhões em 2003, informou o diretor-executivo da Abiec, Antonio Camardelli.

Segundo a Abiec, entre os motivos da alta estão a valorização dos preços externos e o reconhecimento da qualidade da carne brasileira. Um dos objetivos das indústrias era a melhoria dos preços, na medida em que nos últimos quatro anos os exportadores abriram mercados com preços competitivos e agora o produto nacional chega a 104 países.

O primeiro bimestre do ano já reflete, segundo a Abiec, o aumento dos preços da carne bovina no mercado internacional. O valor exportado nos meses janeiro e fevereiro deste ano totalizaram US$ 285,5 milhões, um aumento de 35,2% na comparação com o mesmo período de 2003.

Enquanto isso, os embarques de carne bovina em volume totalizaram 233,2 mil toneladas no primeiro bimestre do ano, o que significa um aumento inferior, de apenas 6,5%, em comparação as 218,8 mil toneladas embarcadas no mesmo bimestre de 2003.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Paulo Soares), adaptado por Equipe BeefPoint

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  1. José Ultímio Junqueira Junior disse:

    Embora a maioria dos analistas de mercado tenha projeções futuras favoráveis tanto para soja como para a pecuária de corte, o que se tem assistido por todo país é uma imensa substituição do boi pela soja.

    Qual a real diferença entre essas duas comoditties?

    Na minha opinião a principal diferença é o abismo tecnológico que existe quando se compara as atividades principalmente em relação à profissionalização da atividade. O começo desse abismo está no modo como os preços dos produtos são formados.

    Enquanto no complexo soja existe uma correlação forte entre o mercado global e o preço recebido pelo produtor, na pecuária, aumentos significativos nos preços da carne exportada, como os noticiados nos meses de janeiro e fevereiro, simplesmente estão sendo engolidos pelos exportadores, e o resultado por aqui, ao contrário do que se poderia imaginar, foi até a baixa das cotações ao pecuarista.

    A falta de concorrência e de transparência no setor é fato mais do que conhecido, e não se vê, ao menos no curto prazo, perspectivas de mudança neste quadro.

    Precisamos aumentar o profissionalismo da cadeia em todos os níveis, afastando o imediatismo e o provincianismo que nos limita.

    Para que todos ampliem seus negócios e consigam tirar proveito das nossas enormes vantagens climáticas, é necessário que os atuais “empresários” do setor deixem de lado a lei de Gerson e pensem em aumentar o grau de confiança da cadeia produtiva.

    Caso contrário os investidores continuarão preferindo o risco climático e fitossanitário de culturas anuais à estabilidade retrógrada do boi!