Fechamento 11:45 – 29/05/02
29 de maio de 2002
Atraso na rastreabilidade bovina compromete vendas externas
4 de junho de 2002

Criação de boi orgânico vem crescendo no País

A área ocupada pela produção de alimentos orgânicos no Brasil, desenvolvida sem a utilização de insumos químicos é de cerca de 0,2% do território nacional. Estão aí incluídas as mais diferentes atividades, entre elas a produção da carne biológica, um segmento da pecuária que vem sendo impulsionado pela crescente demanda do mercado mundial, criada especialmente por consumidores europeus.

Os dados disponíveis até agora, segundo o professor do Departamento de Produção Animal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, de Piracicaba (SP), Cláudio Maluf Haddad, mostram que o sistema de produção orgânico é cerca de 10% mais barato que o convencional quando os animais utilizados são zebuínos. Se forem cruzados, o custo fica entre 12% e 13% mais caro, pelo fato de serem mais suscetíveis às condições ambientais, exigindo mais gastos com o controle de parasitas, por exemplo. Em que pese a diferença, o produto biológico é 25% mais valorizado.

Insumos

Para atender a demanda crescente, a indústria de insumos vem se ajustando às exigências desse sistema de produção. Algumas empresas nacionais já obtiveram o certificado de fabricantes de insumos orgânicos, entre eles o sal mineral. Outro exemplo são os anti-parasitas, como o nim, essência extraída de uma árvore de origem indiana com comprovado efeito inseticida. Os laboratórios, afirma Haddad, estão investindo cada vez mais em produtos homeopáticos.

A produção do boi biológico tem crescido, especialmente, em áreas onde não há alternativas tradicionais para aumentar a produtividade, tais como o Pantanal, os Pampas e a Ilha de Marajó. Esse tipo de atividade também avança sobre o cerrado, garante o técnico.

Estima-se que hoje, no Brasil, existam entre 360 mil e 400 mil animais convertidos em orgânicos ou em processo de conversão. Os cinco maiores frigoríficos exportadores do País também já estão convertidos ou em processo de conversão. O consumidor europeu e asiático, com alto poder aquisitivo, está exigindo que o Brasil exporte essa carne, constata o professor. Trata-se de um nicho de mercado em que a demanda é muito maior do que a oferta e estima-se que essa situação perdure por no mínimo mais 10 anos.

Fonte: O Popular/GO (por Evandro Bittencourt), adaptado por Equipe BeefPoint

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