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Crias brasileiras de bonsmara vão a leilão

Com a realização do 1º Leilão Nacional Bonsmara, sexta-feira, em Presidente Prudente (SP), os criadores darão um passo importante para a expansão da raça no País. Será a primeira venda de gado Bonsmara nascido no Brasil, oferta de machos e fêmeas puros de origem (PO) e puros por cruza (PC), além de fêmeas B2, cujos produtos resultarão em PC.

A raça alia precocidade sexual, adaptação ao clima e boa produtividade, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Bonsmara, que aponta o sabor da carne como atrativo. “É semelhante à carne da raça Angus”.

Raça de 50 anos de seleção chegou ao País em 1997, com a importação de sêmen da Argentina e dos EUA para o Programa Montana. “Na época tínhamos só a genética Bonsmara em animais compostos”, diz o presidente da Associação, Carlos Maluhy. Com a assinatura de um protocolo de importação e animados com os resultados, os criadores brasileiros trouxeram embriões e, a partir daí, selecionaram os animais PO, PC, e B2 que deram origem ao rebanho nacional.

Os criadores formaram a associação em maio de 2000 e os nascimentos dos 3.500 embriões importados da África do Sul começaram a ocorrer três meses depois, dando origem aos primeiros Bonsmaras puros do País. Hoje, são 23 associados, com um rebanho de 1.500 PO e três mil produtos de B2 a PC. O Bonsmara foi apresentado ao mercado na Agrishow 2001, em Ribeirão Preto (SP). Este ano, a raça esteve presente na 42ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (PR), com dez animais do criador Jayme Longo, da Fazenda Barbacena, de São Pedro do Ivaí (PR), onde foi exposta a primeira geração nascida no País.

Bonsma

A raça surgiu graças ao empenho do governo da África do Sul em desenvolver um gado com maior produção de carne que o Africânder, a base da pecuária de corte do país, e adaptação a pastagens pobres e a temperaturas acima de 45 graus. O Bonsmara foi desenvolvido pelo zootecnista Jan Bonsma, no Centro de Pesquisas de Mara, que usou o Africânder como base e em 1940 fixou o Bonsmara, um gado adaptado, 100% taurino e 0% zebuíno, 5/8 adaptado (Africânder) e 3/8 britânico (Hereford e Shorthorn), aliando a rusticidade do Africânder e a alta produtividade do europeu.

Segundo Maluhy, o Bonsmara reúne qualidades desejáveis ao gado de corte, como facilidade de adaptação aos climas tropical e subtropical, alta taxa de conversão alimentar e ótimo rendimento de carcaça, precocidade sexual e de terminação e qualidade de carne comparável às raças britânicas.

Maluhy também vem comprovando na prática o desempenho da raça a campo, na Madeiral Pecuária, com um rebanho de 200 animais puros e 1.500 em absorção, B2 (F1 cruzado com Bonsmara) e PC (filhos de B2 com Bonsmara). Enumerando as vantagens da raça, ele diz que o padrão do rebanho brasileiro é comparável ao dos animais africanos. “No primeiro abate de animais puros refugados, no sábado, os produtos com 17 meses tiveram, em média, 17 arrobas”.

Oferta de gado será na sexta-feira

No leilão de sexta-feira serão ofertados 40 touros PO, 10 fêmeas PO, 150 fêmeas B2 prenhes de PC, 40 prenhezes de embrião Bonsmara PO e 5 touros e 5 fêmeas PC. “Venderemos o top da raça no Brasil”, diz a zootecnista Fernanda Flauzino, da Associação Brasileira de Criadores de Bonsmara. “Tem muita gente interessada e curiosa pra conhecer a raça”.

Um dia antes, quem quiser conferir a performance dos animais que estarão à venda no leilão pode participar do dia de campo, marcado para as 11h30, na Fazenda Madeiral, de Maluhy, em Presidente Epitácio.

Além de divulgar o resultado da pesquisa genética e da tecnologia para criadores, haverá uma palestra com o tema Contribuição da Genética Africana para a Pecuária Brasileira, com o engenheiro agrônomo José Albertoni e com a presença de técnicos da associação sul-africana. Eles avaliarão o gado produzido no Brasil e vão mostrar os critérios que servirão como base para a aceitação dos animais para registro definitivo na ABCB.

Fonte: O Estado de São Paulo, Suplemento Agrícola (por Bete Melo), adaptado por Equipe BeefPoint

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