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Crise ainda não afeta o setor e preços seguem em alta

O boi gordo continua imune à crise que atinge a cotação das commodities agrícolas. Em São Paulo, o preço da arroba valorizou-se 1,5% desde o início de setembro e a carne bovina segue batendo recordes nominais sucessivos. "Esse cenário externo negativo não afetou a economia real, até o momento. Ainda não sentimos queda da demanda, tanto no mercado interno quanto no externo", afirma Sérgio De Zen, pesquisador do Cepea.

O boi gordo continua imune à crise que atinge a cotação das commodities agrícolas. Em São Paulo, o preço da arroba valorizou-se 1,5% desde o início de setembro e a carne bovina no atacado paulista subiu ainda mais, 5%, batendo recordes nominais sucessivos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Enquanto isso, as cotações internas de soja e milho caíram 3,36% e 6,5%, respectivamente, o que deve contribuir para pressionar para baixo o custo de produção de carnes, principalmente de frango e suíno.

“Esse cenário externo negativo não afetou a economia real, até o momento. Ainda não sentimos queda da demanda, tanto no mercado interno quanto no externo”, afirma Sérgio De Zen, pesquisador do Cepea.

Apesar da demanda ainda não ter sido afetada, a falta de crédito aos frigoríficos pode mudar esse cenário positivo para o setor, na avaliação de Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. “Os frigoríficos usam os recursos do Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) para pagar o pecuarista pelo boi. Esse dinheiro irriga o setor. Se ele não estiver disponível, pode haver pressão sobre o preço da arroba”, avalia Gianetti. Segundo ele, a falta de crédito para exportação pode também limitar o acesso dos frigoríficos exportadores ao bom momento do câmbio.

Já a carne suína apresenta elevações de preços antecipadas. Na avaliação de Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs) o cenário se deve à melhora dos preços no mercado internacional e do equilíbrio da oferta interna. “Não está sobrando carne. E a alta do boi também vem puxando o preço das outras carnes”, afirma.

Assim, o final do ano, que já é considerado o melhor momento de preços para a carne suína, deve, neste ano, ser ainda melhor, segundo ele. “Esse aumento de preço em setembro e outubro é indicativo de demanda aquecida, de melhora de renda. Só que esse aumento de consumo costuma acontecer somente a partir de novembro, o que indica que teremos um fim de ano ainda melhor”. Apesar de não ter os dados precisos, o dirigente da Abipecs acredita em uma elevação do consumo per capita de carne suína de 12,5 quilos por habitante por ano para 14 quilos.

A matéria é de Fabiana Batista, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Márcio Cotini disse:

    A captação de dinheiro pelos frigoríficos serve para eles se expandirem por todo país comprando novas plantas de industrias pequenas ou até mesmo arrendando-as, o dinheiro para pagar o boi tem de vir da venda da carne e seus subprodudos.

    As indústrias podem ter seu crescimento reduzido, mas a falta de mercadoria é soberana e os preços vão subir.

    Carne não é commodity, pelo contrário vai ser artigo de luxo na mesa do brasileiro, essa que faz parte de um cardápio tradicional, arroz ,feijão e um bifinho.

    O setor que no final vai sentir é os bens de consumo, celulares, tvs de lcd, ou seja eletro eletronicos, pois as facilidades de aquisição irão diminuir.

  2. jorge silva disse:

    Bom dia amigos,

    Infelizmente na minha cidade e região (Serra Preta/BA) os preços praticados para o seguimento bovino são bastante contrastantes com os demais praticados no restante do país, principalmente os da região Sudeste, terrível dizer, mas aqui vendemos animais a R$ 65,00 (sessenta e cinco reais) a arroba, imaginem que tudo isso depois de enfrentarmos secas terríveis onde manter os animais vivos significa comprarmos desde alimento até água para os mesmos e olhe que estamos a 169 Km da capital Salvador.

    Esperamos que as coisas boas um dia cheguem a nós e que os politicos, principalmente os fazendeiros, ao menos se lembrem dos seus pequenos colegas produtores e apliquem melhor os recursos públicos trazendo a todos benefícios e geração de renda com a consequente geração de empregos e melhorias sociais para a nossa região.

    Saudações,