De acordo com Pedro de Felício, o principal motivo dessa guinada tem origem no cruzamento das raças. No Brasil, 80% do gado é da raça indiana nelore. O que tem feito a diferença são os cruzamentos da nelore com as raças europeias, que têm carne mais macia por causa da gordura entremeada.
A carne bovina brasileira que se come hoje à mesa dos principais restaurantes de São Paulo é mais saborosa e com qualidade maior do que a consumida há dez anos. A melhora da qualidade é consenso entre alguns dos principais chefs da cidade, como Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito), Alberto Landgraf (Epice) e Jefferson Rueda (Attimo). Para eles, cortes oferecidos por empresas nacionais já alcançaram uma qualidade que se compara à obtida pelos vizinhos Argentina e Uruguai.
De acordo com Pedro de Felício, especialista em carnes da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, o principal motivo dessa guinada tem origem no cruzamento das raças. No Brasil, 80% do gado é da raça indiana nelore. O que tem feito a diferença são os cruzamentos da nelore com as raças europeias, que têm carne mais macia por causa da gordura entremeada. É ainda uma iniciativa de poucos fazendeiros, mas a tendência é que se expanda.
Para Felício, os criadores brasileiros começam também a se conscientizar sobre a importância da boa alimentação do gado para alcançar mais maciez e sabor. É possível encontrar, no mercado, carnes de produtores considerados referência. Para o consumidor, a dica de Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, é que fique atento ao selo de qualidade nas embalagens. Uma das marcas que tem a certificação e pode ser encontrada em supermercados é a Wessel. A diretora comercial, Tatiana Wessel, diz que, hoje, todo o gado bovino comercializado pela empresa é nacional. O mesmo caminho seguem as marcas VPJ e Bonsmara.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.