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Custos continuam em alta na maioria das regiões

De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em novembro, as retrações dos preços ocorridas em Goiás (-0,22%) e Rondônia (-1,82%) amenizaram, na média total, os reajustes nos outros cinco estados pesquisados.

Para o conjunto, a variação média dos custos, tanto dos efetivos como dos totais, ficou ao redor de 0,1% no mês. A análise individual, porém, revela percentuais não tão neutros. No Pará, a elevação dos custos efetivos chegou a 0,58% e, em São Paulo, a 0,49%, influenciada pelos aumentos do sal mineral e das vacinas.

Das 20 mesorregiões acompanhadas mensalmente, houve aumento dos custos efetivos em onze; o maior, 1,11%, ocorreu no norte de Mato Grosso. Já entre as regiões que acusaram retrações dos custos efetivos, o destaque é para o centro de Rondônia, onde a cesta de produtos consumidos mensalmente (COE) passou a custar 1,82% a menos que em outubro.

Tanto em Rondônia quanto em Goiás, as retrações dos custos efetivos foram determinadas pelas quedas dos preços de medicamentos, adubos e, principalmente, do sal mineral, tendo em vista o início das chuvas, quando a oferta de pasto faz com que muitos produtores reduzam as doses ministradas ao rebanho.

No caso dos sistemas produtivos de Goiás, o peso médio atribuído à suplementação mineral nos custos da pecuária gira em torno de 15%. Por isso, a redução média do preço do saco de sal mineral ao redor de 2,4% determinou o baixo nível de reajuste das mesorregiões desse estado.

Em Rondônia, embora a diminuição do valor do sal mineral tenha sido pouco significativa, o peso desse insumo é ainda maior, cerca de 31,4% nos custos efetivos e de 22% para os custos totais. Aliada a isso, está a queda dos preços dos serviços para efetuar o desmatamento ou a limpeza da pastagem, aliviando o caixa do produtor rondoniense.

Já para os custos totais, que incluem as depreciações do patrimônio, houve algumas discrepâncias entre os percentuais das mesorregiões. No sudoeste do Mato Grosso, o COT (Custo Operacional Total) teve aumento de quase 5% e, de forma inversa, a mesorregião sudoeste do Pará registrou queda de 4,3%.

A alta expressiva na região de Pontes e Lacerda, MT, se deve, principalmente, aos aumentos dos preços dos adubos e dos materiais empregados nas construções rurais (arames, lascas e mourões), que aumentaram cerca de 8%. Algumas formulações de adubos tiveram reajustes de até 17%, mas isso não causa espanto. Ocorreu apenas de forma tardia, quando comparado às outras mesorregiões desse estado.

Em setembro, a mesorregião centro-sudeste do Mato Grosso contabilizou um aumento dos adubos na ordem de 20% e, em outubro, os produtores do norte mato-grossense tiveram reajustes de 6%. Tais aumentos foram condicionados pela demanda progressiva por fertilizantes usados em culturas agrícolas, de acordo com o calendário de plantio de cada região.

No outro extremo, a menor variação do COT dentre todas as mesorregiões – no sudoeste do Pará – foi garantida pela redução do preço de medicamentos, serviços terceirizados de máquinas pesadas e arames; para o item insumos de construção/manutenção de cercas, a variação negativa ultrapassou os 7%. Pelos mesmos motivos, na região norte do Mato Grosso, os custos totais também recuaram em cerca de 2%.

Em São Paulo, o aumento médio de 2,6% do sal mineral encareceu a produção, juntamente com a alta do preço do calcário. A variação dos custos nesse Estado só não foi maior devido à redução dos preços dos adubos de uma forma geral.

No Mato Grosso do Sul, detentor do maior rebanho de corte do País, a maioria das variações ficou abaixo de 0,6%, devendo-se destacar que a região centro-norte apresentou 2,2% de redução dos custos totais. Essa queda foi ocasionada pela retração conjunta dos preços de insumos para reprodução, profilaxia, antiparasitários, alguns tipos de suplementos minerais, diesel e especialmente pelo recuo do preço das sementes de forrageiras. Essas variações foram favoráveis ao pecuarista, mas não podem ser estendidas para o restante das regiões do Mato Grosso do Sul. No sul e leste desse Estado, por exemplo, o óleo diesel aumentou até 2,5%.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Cepea, adaptado por Equipe BeefPoint

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