O sucesso é alcançado com a sobrevivência da empresa no longo prazo, conseguido com eficiência administrativa.
As empresas rurais estão expostas às variações de preços do mercado. É muito comum se ouvir nos meios rurais que: “tal produto agropecuário deixa o produtor rico num ano e tira as calças no outro“. Isto se deve pela falta de planejamento e tendência de investir, no ano seguinte, na atividade que deu alta lucratividade naquele ano. Assim todos caminham para a produção daquele determinado produto aumentando a oferta e conseqüentemente baixando seu preço de venda.
O planejamento tem como função à adequação da produção, através de estudos que levem a obtenção dos custos de produção, do produto que se pretende produzir, e da análise das condições mercadológicas futuras para dar segurança, tanto quanto possível, na obtenção de resultado capaz de cobrir os custos totais de produção, remunerar o produtor e efetivar sobras para investimentos.
Vários custos (e despesas) exercem o papel de vilão nas análises econômicas:
Despesas Administrativas – são aqueles que não estão ligados a nenhuma atividade produtiva, mas imprescindíveis ao desenvolvimento e manutenção de todas elas. Fazem parte dos custos indiretos e devem ser rateados de acordo com critérios pré-determinados.
Despesas de Manutenção de Estoques – são os custos referentes a manutenção dos estoques de produtos adquiridos, porém não utilizados naquele momento. É muito comum pecuaristas promoverem o abate de bois exclusivamente para a aquisição de sal para um determinado período. O custo do capital imobilizado nesta aquisição até o efetivo consumo, o custo do controle do estoque e o custo do controle de utilização, devem ser levados em consideração. Sempre que uma grande quantidade é adquirida, o seu controle é fundamental, pois é corriqueiro nas fazendas de pecuária o empréstimo para vizinhos e uso indiscriminado, gerado pela abundância, aumentando o custo de produção.
Custos de Manutenção – são os custos de manutenção e conservação dos bens do inventário (tratores, currais, cercas, barragens e etc.). É de grande importância pelos altos montantes que envolvem. É importante lembrar que os custos de manutenção serão sempre proporcionais aos investimentos anteriormente realizados.
Custos de Depreciação – São os valores referentes a perda de valor dos bens do inventário, por sua utilização na atividade produtiva. Estes custos são de difícil entendimento pois no dia a dia das propriedades não são desembolsados pelo produtor. O desembolso só ocorre quando, por exemplo, ocorrer a troca de um trator velho pelo novo. O desembolso efetuado no ato da troca é exatamente o custo da depreciação do bem.
Custos de Oportunidade – Representam a melhor remuneração do capital utilizado pela empresa rural nas atividades produtivas, quando aplicado no mercado financeiro ou outra atividade, considerando o mesmo risco.
Despesas Financeiras – Representam os desembolsos efetuados com despesas bancárias, tais como: IOF; cartões de crédito e etc..
É muito comum escutar no meio rural que aplicando todos os custos e despesas, que envolvem a produção, para obtenção dos custos totais de produção, seria inviável produzir.
Como já mencionei em artigo nesta coluna, precisamos encarar nosso negócio como uma opção de investimento. Levantar todos os custos de produção, levando-se em consideração todos os desembolsos e não-desembolsos que formam o CT (custo total) de produção, é a maneira mais eficiente para avaliar o investimento e seu retorno.