Os dados de exportação de junho divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e compilado pela Federação de Exportações de Carne do país (USMEF) refletem uma primeira metade desafiadora em 2015 para as exportações de carne bovina.
O volume de exportação de carne bovina em junho caiu em 8% com relação ao ano anterior, para 96.716 toneladas, enquanto o valor caiu para US$ 578,9 milhões. Esse foi o segundo mês consecutivo em que o valor das exportações caiu com relação ao ano anterior, resultando em um valor na primeira metade do ano estável com relação a 2014, em US$ 3,26 bilhões. O volume da primeira metade caiu em 10%, para 527.109 toneladas.
“Estávamos cientes de que as exportações enfrentariam obstáculos em 2015 e que manter o ritmo com relação ao desempenho recorde do ano passado seria difícil”, disse o presidente e diretor executivo da USMEF, Philip Seng. “A queda no primeiro trimestre foi parcialmente devido a impasse trabalhista no porto da Costa Oeste, bem como à intensa competição de países que continuam reconhecendo oportunidades em vários mercados. Estamos esperando ver uma recuperação mais forte no segundo trimestre – e isso não se materializou”.
Seng disse também que, enquanto os orçamentos de marketing continuam estáveis, os concorrentes estão aumentando os esforços para capturar porções maiores do mercado de carnes vermelhas. A competição continua sendo um importante fator, junto com um dólar forte que está fornecendo uma vantagem de preço para vários competidores com moedas em queda.
A produção de carne bovina da Austrália deverá cair em 2015, à medida que a indústria entrou no modo de reconstrução do rebanho após vários anos de más condições de pastagens. Porém, com as chuvas decepcionantes na Austrália e os preços atraentes dos bovinos para abate, a produção e as exportações de carne bovina permaneceram recordes durante a primeira metade do ano, apesar de certa queda vista em julho.
As exportações de carne bovina dos Estados Unidos à Coreia superou o lento começo em 2015, terminando a primeira metade com aumento de 8% em volume (61.190 toneladas) e 12% em valor (US$ 423,7 milhões). As exportações em junho foram as maiores em mais de dois anos, em 12.622 toneladas (aumento de 30%) no valor de US$ 81,8 milhões (+17%).
Na primeira metade do ano, as exportações para Taiwan aumentaram em 2% em volume (16.506 toneladas) e 13% em valor (US$ 150,5 milhões). Junho foi um mês especialmente forte, alcançando um volume recorde de 4.185 toneladas (aumento de 32% com relação ao ano anterior) no valor de US$ 33 milhões (aumento de 13%).
As exportações ao Japão caíram em 2% com relação ao ano anterior em volume (109.010 toneladas) e em valor (US$ 676,7 milhões) – um desempenho respeitável considerando o lento começo do ano (devido em parte ao congestionamento dos portos, que desacelerou a demanda por carne bovina resfriada) e à vantagem tarifária que a carne bovina australiana tem agora após a implementação do Acordo de Parceria Econômica Japão-Austrália. A carne bovina dos Estados Unidos continua sujeita à tarifa de 38,5% no Japão, enquanto as tarifas de importação sobre a carne bovina resfriada e congelada da Austrália estão agora em 31,5% e 28,5%, respectivamente.
As exportações ao México caíram em 7% em volume (108.112 toneladas) e 2% em valor (US$ 534,1 milhões) à medida que o enfraquecimento do peso contra o dólar dos Estados Unidos tem tido um crescente impacto sobre a demanda de carne bovina nos últimos meses.
O mercado de Hong Kong começou a desacelerar próximo ao final de 2014 e essa tendência continuou na primeira metade do ano, com as exportações caindo em 18% em volume (59.045 toneladas) e 12% em valor (US$ 434,4 milhões).
Apoiado pela forte demanda na República Dominicana, as exportações ao Caribe aumentaram em 3% em volume, para 11.893 toneladas, e 16% em valor, para US$ 83,2 milhões.
As exportações de carne bovina de janeiro a junho representaram 13% da produção total e 10% dos cortes de musculo (menos que os 14% e os 11%, respectivamente, na primeira metade do ano anterior). O valor das exportações ficou em média em US$ 291,70 por cabeça de gado para abate, 7% a mais que no ano anterior.
Fonte: USMEF, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.