Durante o Seminário Interno do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), conversamos com a Analista de Agronegócio da TNC, Daniela Teston, que apresentou palestra no evento sobre o trabalho de cadastramento de propriedades rurais e adequação ambiental que a Ong está realizando em conjunto com o Sindicato Rural e Prefeitura do município de Paragominas/PA.
Durante o Seminário Interno do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), conversamos com a Analista de Agronegócio da TNC, Daniela Teston, que apresentou palestra no evento sobre o trabalho de cadastramento de propriedades rurais e adequação ambiental que a Ong está realizando em conjunto com o Sindicato Rural e Prefeitura do município de Paragominas/PA.
“A TNC é uma Ong, que este ano completa 60 anos de existência, com atuação em mais de 35 países, e no Brasil trabalha em diversas frentes como conversação em terras privadas, apoio a povos indígenas e assuntos ligados a mudanças climáticas, em regiões do bioma Amazônico, Cerrado e Mata Atlântica”.
“O trabalho que está sendo realizado em Paragominas/PA é um desmembramento de um trabalho que começou em Santarém/PA, onde a TNC foi convidada a levar seu conhecimento no Cadastramento Ambiental Rural, após o Sindicato dos Produtores Rurais e a Prefeitura de Paragominas terem se engajado num processo de adequação ambiental das propriedades, vislumbrando que esta era uma ferramenta que geraria um resultado positivo levando a um zoneamento econômico e ecológico”.
“Em 2009 a TNC começou a trabalhar no município e na mobilização dos produtores e isso resultou na saída do município, em um ano, da lista de embrago do Ministério do Meio Ambiente, com 93% das áreas cadastradas no sistema público”.
“Mas este cadastramento é apenas o início do processo, pois depois vem o licenciamento ambiental, que vai subsidiar o micro zoneamento, que vai ser o grande diferencial, conseguir ter um plano diretor do município para direcionar a expansão”.
“Quando fazemos o cadastro e o licenciamento ambiental, nós identificamos onde estão as propriedades e não necessariamente o que se produz nelas e no caso da pecuária temos um agravante devido a dinâmica da própria atividade. Então esse cadastro não garante a responsabilidade, pois podemos ter o município totalmente regularizado, mas o gado pode estar vindo de um município vizinho. Então imaginamos que é preciso casar o CAR com a GTA para conseguir diminuir esse vazamento, pois podemos garantir que o animal saiu de uma propriedade cadastrada e foi para uma outra com status semelhante”.
“A sustentabilidade é uma oportunidade, pois se o pecuarista enxergar isso como uma melhoria de gestão, esse controle pode ajudar num melhor monitoramento da produção e de custos. Além disso, com a compensação e restauração começa a existir um mercado de terras verdes e quem tem ativos ambientais poderá se beneficiar”.
3 Comments
A ação desenvolvida pela ONG, com certeza, facilitará o processo de rastreabilidade e responsabilidade sócio-ambiental. Isso não pode ser extendido para outros estados?
Obrigada pelo questionamento, Daisy. De fato sim. Alguns estados como o Mato Grosso já utilizam o CAR como ferramenta. O novo texto do Código Florestal também prevê a sua obrigatoriedade.
Daniela,
sei das dificuldades de confrontar "preservação ambiental e produção" em épocas de leis indefinidas e rótulos que dividem trabalhadores de boa vontade entre AMBIENTALISTAS e RURALISTAS.
Tambem sei que com a regularização ambiental, voces acabam agregando melhorias na produção como gestão de indices zootecnicos, acesso ao crédito e mercados, e principalmente tranquilidade para produzir.
.Independente de qual Código aprovarmos, uma grande maioria de produtores vão ter de se adaptar e o Brasil vai nescessitar de organizações e empresas serias que orientem estas transformações.
Parabéns e com certeza nos proximos anos voce terá muito trabalho neste grande Brasil.
André.