O desembolso de crédito rural manteve o ritmo acelerado no primeiro mês deste ano e já soma R$ 135,3 bilhões desde o início da safra 2020/21, em julho passado. O valor é 17% maior que o liberado no mesmo período da safra anterior, de R$ 115,3 bilhões. Só em janeiro, foram R$ 10,8 bilhões emprestados aos produtores, segundo dados do Banco Central compilados pelo Valor.
A procura continuou elevada em quase todas as frentes. Os investimentos saltaram para R$ 43,5 bilhões, montante 41% maior que os R$ 30,8 bilhões da safra passada. Os valores liberados para custeio chegaram a R$ 72,6 bilhões nos sete primeiros meses da temporada, avanço de 12% em relação ao ciclo 2019/20.
Os recursos para industrialização variaram pouco, com R$ 7,6 bilhões, apenas R$ 300 milhões a mais que no período comparado. Já a comercialização foi a única que diminuiu, passando de R$ 12,7 bilhões para R$ 11,5 bilhões.
Pequenos, médios e grandes produtores contrataram mais crédito no período. Várias linhas de investimentos já foram consumidas, e as instituições financeiras buscam linhas alternativas para atender à demanda do campo.
O movimento animou os bancos públicos, principais agentes financiadores desse mercado. O Banco do Brasil, líder histórico no crédito rural, emprestou R$ 54,1 bilhões até janeiro, e anunciou nesta semana as cidades onde abrirá 14 novas agências especializadas em agronegócio até março.
A Caixa Econômica Federal também divulgou a criação de 20 unidades especializadas no agronegócio este ano. O banco vai ofertar R$ 6,5 bilhões em financiamentos ao setor no primeiro semestre de 2021, valor 20% maior que o do ano passado. A aposta é na liberação de empréstimo de pré-custeio para a safra de verão 2021/22, que só será plantada a partir de outubro.
A Caixa aumentou em 33%, para R$ 4,4 bilhões, o volume de crédito rural emprestado de julho a dezembro de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019. De janeiro a dezembro, o salto foi ainda maior, de 73%. Foram contratados R$ 7,9 bilhões em financiamentos do setor agropecuário.
Fonte: Valor Econômico.