Dados do governo federal mostram que o desmatamento na Amazônia cresceu 8% entre junho e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2006, acabando com a queda sucessiva nos três últimos anos.
Dados do governo federal mostram que o desmatamento na Amazônia cresceu 8% entre junho e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2006, acabando com a queda sucessiva nos três últimos anos.
“Reconhecemos a importância e os resultados positivos das ações de prevenção e fiscalização empreendidas pelo governo. Porém, já vínhamos avisando que isso não basta. Agora, dados comprovam que é preciso ir além do que vem sendo feito”, avaliou a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, lembrando que em 2007 não foi criada nenhuma unidade de conservação federal na Amazônia.
“Defendemos a imediata definição de metas claras de redução no desmatamento, além de mecanismos econômicos e tributários que incentivem a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e desestimulem as práticas predatórias”, emendou.
As queimadas também foram intensificadas segundo dados do Inpe. De janeiro a outubro do ano passado foram registrados 20.246 focos de incêndio na Amazônia Legal. No mesmo período de 2007 o número saltou para 45.907 focos, um aumento de mais de 125%.
De acordo com o coordenador do Programa de Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil, Luís Laranja, o aumento dos preços da soja e da carne bovina no mercado internacional contribui para o recente repique na taxa de desflorestamento. “Bastou ter um realinhamento de preços das commodities agrícolas no mercado que as tendências em relação ao desmatamento se reverteram, o que demonstra claramente que a situação não estava sob controle”, destacou.
Ele lembrou que, no caso da Amazônia, a pecuária bovina é o principal vetor de desmatamento. Segundo estimativas, as áreas de pastagens ocupariam cerca de 50 milhões de hectares na região, contra cerca de 1,5 milhão de hectares ocupados pela soja.
Para combater o desmatamento falta também que o poder público realmente puna aqueles que desrespeitam a legislação ambiental. Segundo artigo do pesquisador Paulo Barreto, do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), números do Ibama apontam que apenas 2% do valor das multas para autores de crimes ambientais cadastradas entre 2001 e 2004 foram recolhidos. As informações são da WWF-Brasil.