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Desmatamento zero na Amazônia

O presidente Lula fez um comentário que representa a opinião de centenas e centenas de famílias de pioneiros que colonizaram, nos anos setenta e oitenta, a porção leste da floresta amazônica, em especial os estados do Mato Grosso e Rondônia. Em discurso para produtores rurais do Mato Grosso, saiu em defesa dos pioneiros, que derrubaram árvores, abriram estradas e construíram cidades, incentivados pela política do governo da época, que tinha por lema "Integrar para não entregar". Lula lembrou que essas famílias realmente trabalharam muito duro, e depois sabiamente comentou que hoje o momento é outro, e que "desmatar vai contra a gente, e vai nos prejudicar no futuro".

O presidente Lula fez um comentário que representa a opinião de centenas e centenas de famílias de pioneiros que colonizaram, nos anos setenta e oitenta, a porção leste da floresta amazônica, em especial os estados do Mato Grosso e Rondônia. Em discurso para produtores rurais do Mato Grosso, saiu em defesa dos pioneiros, que derrubaram árvores, abriram estradas e construíram cidades, incentivados pela política do governo da época, que tinha por lema “Integrar para não entregar”. Lula lembrou que essas famílias realmente trabalharam muito duro, e depois sabiamente comentou que hoje o momento é outro, e que “desmatar vai contra a gente, e vai nos prejudicar no futuro”.

Sei muito bem o que enfrentaram essas pessoas. Venho de uma família de agricultores catarinenses e participei desse processo migratório. Da mesma forma que vivi o processo de colonização dessas terras, compreendo e defendo a importância de se proteger a floresta para as próximas gerações.

Por entender essa necessidade, como senador da República pelo estado de Rondônia, apresentei em setembro de 2008 um projeto de lei (PLS 342/08) em que defendo uma política de “Desmatamento Zero”, válida pelos próximos dez anos. A íntegra desse projeto é de domínio público e seu acesso está disponível na página do Senado Federal.

Creio que é possível atingir esse objetivo, desde que haja incentivos reais para os produtores. Com a quantidade de terras já desmatadas na região, acredito que é perfeitamente viável produzir e lucrar a partir das novas tecnologias disponíveis, sem precisar derrubar mais nenhuma árvore.

O projeto já recebeu o apoio das entidades representativas dos pecuaristas e do agronegócio de Rondônia e de outros estados da região amazônica. Entendem estes produtores que o desmatamento não é a opção desejada, porém, falta apoio concreto do governo para que essas propostas sejam economicamente viáveis.

O presidente Lula já manifestou claramente sua posição sobre a importância de se evitar as queimadas e a derrubada das florestas, principalmente agora, em que vivemos a estação de seca amazônica. Quem mora em nossa região sabe que, de maio a novembro, ocorre a maior parte das derrubadas, em virtude do clima.

Portanto, acredito que devemos imediatamente aprofundar a discussão no Congresso Nacional e junto a toda a sociedade brasileira sobre o projeto do “Desmatamento Zero”. Afirmo que será mais produtivo falarmos sobre uma proposta que já está tramitando e que reúne tratativas que, de uma forma ou de outra, vão ao encontro do que pensam tanto os representantes do agronegócio quanto os ambientalistas, que com razão defendem o fim do desmatamento.

A Amazônia hoje é prioridade nacional. Vamos dar condições de trabalho e renda para quem produz e teremos os melhores guardiões de nossas florestas. Sem hipocrisia, sem discursos vazios, mas com propostas concretas e vontade política, teremos plenas condições de resolver essa questão. E para as pessoas que estiverem de acordo com minhas propostas, peço que coloquem sua assinatura em nossa página na internet e colaborem para a aprovação dessas premissas, pelo bem da Amazônia e do Brasil.

0 Comments

  1. Fernando Penteado Cardoso disse:

    Desmatamento zero implica em tolher o direito atual de abrir 20% das áreas florestadas. Implica também na renúncia à captação da energia solar través da fotossíntese, viável onde chove e faz calor, mas que não acontece à sombra do dossel arbóreo.

    Imagine-se nosso país coberto de mata até hoje. Onde o progresso e desenvolvimento que viabiliza a vida, o conforto e a segurança dos que amam a floresta sem que a conheçam na intimidade?

    A Amazônia tem 4,4 milhões de km2 dos quais 3/4 ou 4/5 são terras inundáveis, ou pedregosas ou inacessíveis, em que neste milênio ninguém vai tocar por ser economicamente inviável. Pode-se estimar que 3 milhões de km2 de floresta são permanentes por força da natureza: um ônus para o país. Agora querer desperdiçar aquele milhão de km2 aproveitável é mesmo que optar pela pobreza, pelo atraso, pelo subdesenvolvimento permanente. Valerá a pena?

    Vejamos: o estado de MT, nos últimos 27 anos, mostrou que a área com cereais aumentou 6,6 Mi ha; a produção de cereais cresceu 21 Mi toneladas; o bovino proliferou mais 12 Mi de cabeças; o índice de desenvolvimento humano – IDH médio de 6 cidades novas chegou a um honroso 0,800.

    Estaríamos arrependidos do que foi feito? Foi um erro substituir a flora natural pela agropecuária? Seria justo condenarmos o trabalho dos realizadores desse estupendo feito econômico, dessa notável conquista social?

    Entendemos as campanhas internacionais temerosas de nossa concorrência. Urge reagir contra o repeteco de seus argumentos falaciosos e demagógicos.

    Devemos nos orgulhar do feito de nossos patrícios pioneiros que abriram a mata para deixar entrar sol e assim criar civilização. São um exemplo a ser seguido: jamais condenado.

  2. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Roberto Trigo Pires de Mesquita,

    Qual a reserva florestal mantida na fazenda Matão?

    O gado é criado em pasto ou no telhado da casa?

    Quantas cabeças por hectare?

    Você sabia que o estado de São Paulo é o campeão da preservação ambiental, que os rios não são poluídos e as indústrias não poluem a atmosfera?

    Acredito, piamente, que o senhor, como proprietário de uma fazenda no estado de São Paulo, tem todo o conhecimento e moral para escrever o que escreveu contra os pioneiros que evitaram a ocupação da Amazônia por estrangeiros.

    Caso nós não tivéssemos ocupado os vazios Amazônicos o Brasil possuiria, hoje, apenas 1/3 do seu território e o senhor, talvez, não fosse proprietário de uma fazenda em Itupeva, confortávelmente escrevendo contra os Amazônidas.

  3. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Senador Valdir Raupp de Matos,

    Lí, atentamente, o seu artigo e toda vez que o senhor fala em desmatamento zero me recordo das minhas viagens, de monomotor, aí no seu belíssimo estado.

    Voei de teco-teco para Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Cacoal e outras localidades e fiquei fascinado com a beleza da paisagem, parece um tabuleiro de xadrez, inteiramente ocupado por agricultura e pecuária. Lembrava-me de uma viagem que fiz, de bi-motor, sobre território rural americano.

    O seu projeto é um pouco mais novo que a proposta de “desmatamento zero” feita pela pela FAEPA – Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, a única diferença é que o Estado do Pará tem quase todo o seu território coberto de florestas e no estado de Rondonia sobraram muito poucas áreas de floresta.

    De qualquer forma os pecuaristas do Pará reconhecem que não precisam de novos pastos, já iniciou-se um processo de implantação de confinamentos e eu, pessoalmente, conheço, aqui bem próximo a Belém, um modesto confinamento coberto para 10.000 cabeças, com tratamento de dejetos e curral anti estresse.

    Acho que o senhor e o presidente Lula não devem se preocupar muito com as políticas públicas para a Amazônia, o greenpeace já se antecipou e está delineando tais políticas, veja o que está escrito no site dessa ONG estrangeira:

    -“A proteção da floresta e a busca por soluções para o desenvolvimento da região é uma prioridade global do Greenpeace. Estamos trabalhando por um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia que combine responsabilidade social e proteção ambiental, permitindo a exploração dos recursos da floresta de maneira racional e assim garantindo qualidade de vida para os habitantes da região.”

  4. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Roberto Trigo Pires de Mesquita,

    Desculpe-me se o ofendi e ao Estado de São Paulo, entretanto, o meu comentário é fruto do “acirramento” dos ataques que nós Amazônidas vimos sofrendo pelos brasileiros do resto do país.

    Por culpa das ONGS, que movem campanha usando a grande imprensa, hoje existe uma polarização de opiniões criando o embate Brasil litorâneo x Brasil Amazônico.

    A grande diferença entre o pioneiro do passado é que esses desmataram, não por autorização legal e sim por imposição legal, já os atuais pioneiros compraram áreas já desmatadas e ambos estão sendo tratados com o mesmo nível de injustiça.

    Lembre-se que, apesar de tudo o que é dito, os Amazônidas criaram suas cidades e desenvolveram as atividades econômicas em menos de 17% da Amazônia que tem mais de 83% de seu território preservado.

  5. BELCHIOR CRISTINO DE SOUZA disse:

    Caros Colegas!

    Gostariam que pensassem algumas perguntas.

    1) Os estrangeiros acabaram com o meio ambiente dos seus paises agora querem por aculpa em nós.

    2) Comprei um sitio há 26 anos ja era pasto, Qual a legislação da epoca, agora vou ser penalizado?

    3) Pelo que vejo o que estas ONGs entendem de meio ambiente, querem aparecer e ganhar dinheiro publico, não esta nem ai pelas pessoas que sofreram 30, 40 anos para ter seu pedacinho de terra e sustentar sua familia.

    4) Não importam se é do sul, norte ou nordeste, quanto sofre os agricultores, seringueiros, moradores da amazonia, estes sim são trabalhadores, pessoas que ram riquezas para o Pais, estão sendo tratados como bandidos isso é uma vergonha. Agora sim podem existir bandidos mas eles estão no congresso, senado, etc.

    5) Estou dizendo isso do fundo do coração, pois sou filho de agricultor, neto, bisneto, tataraneto e com os pés furados de espinhos de taboca, espinhos de agulha e dormentes por andar descalço na geada para plantar milho e feijão.

    6) Não admito que queiram prejudicar os trabalhadores com Leis feitas no ar acondicionado, estas mesmas leis de 30, 40 anos que foram impostas e agora quem punir-los por te-las cumpridas, ONGs que desrespeitam o povo brasileiro, estrangeiro que não suportam um pais de terceiro mundo ser o futuro, tanto em tecnologia quanto em produção de alimentos.

    Parabens, trabalhadores e pessoas de bom senso e que amam este pais.