O Minerva é um dos que estão se adequando à nova realidade da economia mundial. Joesley Batista, presidente da JBS, a maior empresa de carne bovina do mundo, concorda que o arrendamento é uma alternativa. Mas não descarta ir às compras em 2009 - no Brasil, se houver oportunidades. Para Batista, o consumo de alimentos sofre menos num ambiente de recessão, mas caso a crise se aprofunde pode ocorrer a substituição de produtos mais caros por itens mais baratos.
O Minerva é um dos que estão se adequando à nova realidade da economia mundial. O principal objetivo é proteger o caixa”, diz Fernando Galletti de Queiroz, presidente da empresa. Segundo ele, o plano para 2009 previa a construção e possíveis aquisições de fábricas, mas no novo cenário a empresa está mais cautelosa. “Continuamos olhando [possíveis aquisições], mas mais na linha de diversificação geográfica, não de ampliação do que já temos”, afirma.
Joesley Batista, presidente da JBS, a maior empresa de carne bovina do mundo, concorda que o arrendamento é uma alternativa. Mas não descarta ir às compras em 2009 – no Brasil, se houver oportunidades.
A Perdigão, outra que investiu bastante em aquisições recentemente, também mostra cautela. Segundo Nildemar Secches, presidente da empresa, o momento é de finalizar a integração das operações com a Eleva, forte em lácteos, comprada em outubro de 2007. No segmento de bovinos, a companhia fará o que chama de “parada técnica”. “A pior coisa para comprar numa liquidação é o que você não precisa”, compara José Antônio Fay, que no próximo dia 28 substitui Secches na presidência da Perdigão.
O Bertin, ainda não definiu seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, mas a discussão em torno dele já é contagiada pela crise financeira. João Nogueira Batista, CEO da empresa, afirma que a maior parte dos aportes de R$ 1,8 bilhão previstos para 2008, já está aplicada. Um dos investimentos em curso é a construção de uma unidade em Diamantino (MT), que deve começar a operar em 2009. Se os valores dos ativos recuarem, o Bertin também não descarta aquisições.
Para Batista, o consumo de alimentos sofre menos num ambiente de recessão, mas caso a crise se aprofunde pode ocorrer a substituição de produtos mais caros por itens mais baratos.
“Ninguém vai parar de comer”, concorda Marcos Molina, presidente do Marfrig. O empresário acredita que o consumidor pode optar por produtos mais baratos ou deixar de comer no restaurante para fazê-lo em casa por conta da crise. Segundo Fernando Queiroz, do Minerva, a demanda até agora não caiu no Brasil e em países de Oriente Médio, Leste Europeu e Extremo Oriente.
Para Mauro Pilz, presidente do frigorífico Mercosul, uma eventual recessão – com aperto no crédito – pode até elevar a demanda por bens de consumo. “Numa recessão, o consumidor pode optar por não trocar o automóvel, por exemplo”.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.