Na comparação entre 2002 e 2003 – janeiro a outubro -, a participação nas vendas da carne in natura passou de 28% para 23%
Os dados da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), divulgados no início desta semana, indicam que a União Européia (UE) tem sido responsável por aproximadamente 40% do valor total arrecadado pelo Brasil com as exportações de carne bovina, considerando os países da comunidade relacionados entre os 15 maiores importadores do produto: Países Baixos (Holanda), Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Bélgica, França e Reino Unido.
Em termos de volume, a porcentagem adquirida de carne industrializada também gira em torno de 40%. Já o valor das importações européias do produto in natura correspondem, de janeiro a outubro deste ano, a cerca de 23% do montante exportado pelo Brasil. No período anterior, de janeiro a outubro de 2002, a aquisição dessa carne pela UE estava em aproximadamente 28% do total vendido pelo Brasil, indicando que as exportações brasileiras estão menos dependentes do bloco europeu.
Em contrapartida, as compras da UE aumentaram significativamente nos períodos analisados pela ABIEC. Nas importações de carne in natura, no comparativo entre outubro deste ano e de 2002, esse crescimento chegou a 111,4% em valor, passando dos US$ 29,1 milhões do ano passado para US$ 61,5 milhões, e 43,09% na quantidade, um salto de 9,9 mil para 14,2 mil toneladas. O preço médio cresceu 47,74%, de US$ 2.924 para US$ 4.319 por tonelada.
No caso da carne industrializada, no mesmo período de análise, o crescimento das importações da UE foi bem menor, ficando em torno de 6,8% no valor – de US$ 11,1 milhões para US$ 11,9 milhões – e até registrando queda no volume – foram importados 5,66% a menos, caindo de 6,6 mil para 6,2 mil toneladas -. O preço médio, por sua vez, teve um incremento de 13,2%, passando de US$ 1.679 para US$ 1.900 por tonelada.
Na comparação por períodos – novembro de 2001 a outubro de 2002 e novembro de 2002 a outubro de 2003 -, o valor gasto pela UE com as importações da carne bovina brasileira in natura cresceu 28,29%, passando de US$ 318 milhões para US$ 407,9 milhões. A quantidade importada cresceu menos – 19,49% -, de 112,8 mil para 134,8 mil toneladas. A elevação do preço médio ficou em 7,36%, com US$ 3.026 no período mais recente, contra US$ 2.818 no anterior.
A carne industrializada, no mesmo período, teve crescimento mais modesto: 2,6% em valor, passando de US$ 128,8 milhões para US$ 132,2 milhões; e 9,36% em volume, de 68.419 toneladas para 74.822. O preço médio caiu 6,18%, de US$ 1.884 para US$ 1.767 por tonelada.
O valor das importações européias da carne bovina brasileira in natura na variação anual, considerando janeiro a outubro deste ano em relação ao mesmo período de 2002, cresceu 33,34% – US$ 361 milhões neste ano contra US$ 270,8 milhões no ano anterior -. O volume aumentou 22,57%, passando de 95.906 toneladas para 117.556. Neste caso, o preço médio da tonelada também registrou elevação – 8,78% -, alcançando US$ 3.072 mil em 2003, enquanto, no ano passado, era US$ 2.824 mil.
A variação anual da carne industrializada registrou queda de 1,03% em valor, caindo de US$ 109,7 milhões para US$ 108,6 milhões, e de 5,28% no preço médio, de US$ 1.879 para US$ 1.780 por tonelada. Nesse período, as importações dessa carne pela UE tiveram incremento apenas no volume. Em 2002, a comunidade importou 58.425 toneladas; neste ano, foram 4,49% a mais, chegando a 61.046 toneladas.
Fonte: Mirna Tonus, da Equipe BeefPoint