Bastante irritado com a continuidade do embargo à carne com osso e animais em pé de Mato Grosso do Sul, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Cavalléro, sugeriu que caso o veto persista, o MS deve adotar medidas mais sérias com relação a São Paulo como, por exemplo, retaliação a produtos que vêm do estado vizinho.
Cavalléro argumentou que não há justificativas para São Paulo embargar carne de MS, uma vez que o próprio Mapa editou IN (Instrução Normativa) determinando que não há restrições de saída de animais em pé e carne com osso para outros estados, com exceção dos cinco municípios interditados. “Mas Mato Grosso do Sul terá as justificativas para embargar produto deles (de São Paulo)”, complementou.
O secretário de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira, defendeu que não é o caminho adotar a mesma medida que o governo do estado vizinho, mas também se mostrou bastante irritado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Dagoberto disse que não tem mais ânimo para manter contato com o governo paulista e reclamou de receber informações sobre liberação da secretaria de Agricultura daquele estado que acabam sendo desconfirmadas em seguida.
Mato Grosso do Sul remete a São Paulo 70% de tudo o que produz em carnes, além de 90 mil animais em pé ao mês. Só no mês passado o governo deixou de arrecadar R$ 25 milhões em ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), dos quais R$ 15 milhões só na pecuária e o restante no reflexo da crise gerada pela febre aftosa em Eldorado e Japorã nos demais setores econômicos do estado.
Fonte: Campo Grande News (por Fernanda Mathias e Marina Miranda), adaptado por Equipe BeefPoint