No começo do ano, a ação do Marfrig esteve sob influência das posições alavancadas da GWI Investimentos. Nos últimos meses, quem tem adquirido papéis é o fundador, Marcos Molina.
No começo do ano, a ação esteve sob influência das posições alavancadas da GWI Investimentos, comandada por Mu Hak You. Nos últimos meses, quem tem adquirido papéis é o fundador, Marcos Molina.
Em contrapartida, muitos investidores têm ficado vendidos no papel, fato ilustrado pela escassez de ações disponíveis para empréstimos e as altas taxas pedidas para essas operações.
Em novembro, esse grupo que aposta na baixa foi reforçado pela empresa de análise independente Empiricus, que questiona linhas do balanço da empresa e também as compras efetuadas por Molina na bolsa. A Marfrig já contratou escritório de advocacia especializado em mercado de capitais e vai processar a Empiricus na Justiça.
O desmanche das posições da GWI levou os papéis da Marfrig a se desvalorizarem 25% em apenas um pregão, saindo de R$ 12 para R$ 9. Na sessão anterior, já haviam caído 7,7%.
A título de comparação, enquanto de janeiro a julho a Marfrig acumulava baixa de 1,2%, JBS caía 35,3% e Minerva, 21,2%.
Sem a força compradora da GWI, as ações da Marfrig, de agosto a novembro, atingiram a mínima histórica de R$ 5,74, em 28 de setembro. A saída de Mu Hak You por questões de mercado fez a cotação cair muito abaixo de seu valor patrimonial que, segundo dados de setembro, era de R$ 16,90. Em sua cotação mínima, de R$ 5,74, a ação da Marfrig chegou a valer 34% do patrimônio.
Em outubro, o mercado foi informado de que Molina, em um sinal de comprometimento com o negócio, comprou ações da empresa na bolsa, aumentando sua fatia de 43,49% para 46,16% da empresa.
Em novembro, saiu o balanço do terceiro trimestre. Mais um prejuízo, desta vez de R$ 540 milhões, com grande impacto da variação cambial. Apesar disso, números operacionais surpreenderam positivamente: a receita operacional líquida foi recorde, de R$ 5,52 bilhões, e a geração de caixa operacional ficou positiva em R$ 310,5 milhões, revertendo um resultado negativo de R$ 359 milhões registrado um ano antes. Na sessão, a ação subiu 16%.
Após análise do balanço, a Empiricus divulgou seu relatório e recomendou a venda das ações. Em novembro, Molina continuou as compras e chegou a 46,99% da empresa. No total, já gastou R$ 96 milhões adquirindo ações.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.