O preço da carne bovina aumentou no varejo do Brasil. Apenas no mês de setembro, o valor médio do contrafilé subiu 3,79%, conforme o IPCA, o indicador oficial de inflação do país. O filé-mignon aumentou 2,47%; e a alcatra, 3,02%. As carnes mais populares, como músculo, tiveram alta de 1,5%. A explicação para o produto ficar mais caro para os brasileiros começa no campo, no mercado de boi gordo.
Apenas na semana passada, o preço do animal vivo subiu mais de 7% em São Paulo, que serve de referência para o mercado nacional. No ano, a elevação passa de 20%. Desde o início do mês, a alta na arroba foi de R$ 27. Na B3, o mercado futuro aponta cotações superiores a R$ 300 a arroba pelo menos até o mês de fevereiro. O motivo é falta de animais prontos para abate.
As condições climáticas desfavoráveis prejudicaram os pastos. Quando isso acontece, o boi leva mais tempo para chegar ao peso ideal de abate, e a oferta cai. Nos confinamentos, a quantidade de animais também diminuiu, o que limita ainda mais a capacidade de abastecer o mercado.
Do ponto de vista da indústria, o mercado interno está enfrentando forte concorrência da demanda externa. Em setembro, as exportações de carne bovina atingiram um volume recorde, informou a Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo). Foram quase 320 mil toneladas, em meio a uma melhora nos preços médios pagos pelos clientes internacionais e da valorização do dólar em relação ao real.
Com crescimento no volume de carne para o exterior e limitações na quantidade de animais abatidos, a oferta de produto para o varejo brasileiro tende a cair e, consequentemente, o preço ao consumidor subir.
Fonte: Globo Rural.