EUA: Burger King lança o “Grande Hambúrguer Americano” que promete ser o mais suculento dos hambúrgueres
3 de julho de 2003
Animais rastreados poderão ter valor diferenciado
7 de julho de 2003

Dólar baixo não prejudica exportações

As exportações de carne bovina do Brasil não estão sendo prejudicadas, pelo menos até agora, pela manutenção do câmbio abaixo dos R$ 3 por dólar. “A demanda exportadora está fluindo e em alguns casos existe até alta nos preços pagos pela carne brasileira pelos importadores”, informou o consultor da FNP, José Vicente Ferraz.

Nos primeiros cinco meses de 2003, o Brasil exportou 321 mil toneladas de carne bovina, um volume 54% maior que o mesmo período de 2002 e o mesmo volume que todo o ano de 2000, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

No período, a receita ficou em US$ 535 milhões, um aumento de 58% em relação a 2002. Segundo Ferraz, da mesma forma que, quando o dólar atingiu o pico de R$ 4 no ano passado, os importadores pediram descontos, agora eles estão tendo que pagar um adicional para que a oferta do produto seja mantida.

Uma recente negociação de exportação de dianteiro sem osso para o Egito terminou com os importadores egípcios elevando o preço do produto de US$ 1.050 por tonelada para US$ 1.350 por tonelada. Para Ferraz, mais que um simples acordo de cavalheiros, este fato reflete uma necessidade do importador em garantir a continuidade da oferta. “O importador quer ter a certeza de que poderá contar com aquela origem para se abastecer no futuro”, acredita.

A necessidade por parte dos importadores de garantia de fornecimento se dá porque a oferta de carne bovina está limitada neste momento. “Dois períodos de seca na Austrália fizeram com que os pecuaristas locais reduzissem de forma expressiva o seu rebanho”, disse o analista.

A Agência Australiana de Agricultura e Recursos Econômicos (Abare) estimou que o rebanho do país fechou o ano fiscal de 2003, em 30/06, com um rebanho de 26,7 milhões de bovinos ante 28,1 milhões de cabeças em 2002. A mesma agência acredita que as exportações devem cair 20%, de 932 mil toneladas para 757 mil toneladas em 2003 e continuar caindo no ano fiscal de 2004, que começou esta semana.

Ferraz explicou que as chuvas escassas no início do ano e depois novamente no período de maio e junho fizeram com que muitas matrizes fossem abatidas na Austrália. “Os pecuaristas estão tendo que abater fêmeas e animais ainda não terminados que não são exportados e já é certo que a Austrália não vai conseguir cumprir a cota de exportação para os Estados Unidos neste ano”, disse. Além da Austrália, a Europa continua com seu rebanho pequeno ainda em decorrência da crise da “vaca louca” de 2000/01.

Diante dessa menor oferta de carne ao redor do mundo, o sentimento é de o Brasil poderá, em parte, atender a essa demanda. Existe a expectativa de que os Estados Unidos liberem a importação de carne bovina in natura do País já no próximo ano. “Além disso, o Brasil está conseguindo expandir suas vendas para a Rússia e China, o que é importante”, disse.

Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Cecília Barcelos), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.