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Dólar desvalorizado já afeta agronegócio

A desvalorização do dólar frente ao real já começa a afetar o agronegócio brasileiro. A avaliação foi feita ontem pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Em tese, quanto mais desvalorizada a moeda local em relação ao dólar, mais incentivados são os exportadores de produtos agrícolas, uma vez que suas mercadorias ficam mais baratas para o importador. “Produtos como soja, carnes e algodão já começam a ficar sem condições de competir com a taxa de câmbio como está agora”, disse, admitindo que no caso da soja, “problemas de produção” levaram a uma reação dos preços, o que compensou um pouco as perdas.

“O dólar continua sendo a grande moeda que indexa o comércio mundial. Soja, carnes e algodão já começam a ficar sem condições de competir com a taxa de câmbio como está agora” Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura.

Rodrigues também disse que há setores trabalhando em euro e em outras moedas, como o iene, para poder sair dessa ligação com a moeda americana. “Mas não é um processo singelo”, destacou, citando a necessidade de mais especialização em comércio e mais “vivência” em comércio internacional para ir nessa direção. “Mas já tem gente fazendo isso”, afirmou.

Questionado se o País teria condições de superar os efeitos negativos com o comportamento de baixa do dólar, Rodrigues avaliou que é possível “reduzir as dificuldades. Superar não, porque o dólar continua sendo a grande moeda que indexa o comércio mundial”, justificou. As declarações foram feitas pelo ministro a jornalistas, após participar do seminário “Novos Instrumentos Privados para o Financiamento do Agronegócio”.

Não é a primeira vez que um ministro brasileiro reclama da desvalorização do dólar em relação ao real. Ao longo do ano passado, em várias ocasiões o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, se queixou publicamente do câmbio desfavorável às exportações.

Rodrigues destacou ainda a importância de novos títulos de financiamento do setor, como ferramentas para tentar superar problemas macroeconômicos, como o do câmbio, por exemplo, “que estão fora do agronegócio”, mas afetam o segmento. Entre os papéis criados recentemente, estão a Letra de Crédito Agrícola (LCA), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificado de Depósito Agropecuário (CDA). Conforme citou o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que também proferiu palestra no evento em São Paulo, esses títulos devem potencializar em quatro vezes o volume de recursos para o setor.

Fonte: Estado de Minas/Superávit, adaptado por Equipe BeefPoint

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