Após atingir R$ 4,00 no início deste ano, o dólar passou, aos poucos, a perder espaço e se aproximar novamente dos R$ 3,00, mas ainda sem quebrar esta barreira. Porém, isto pode mudar se o cenário econômico seguir o rumo atual, segundo o analista Evandro Buccini, da Rio Bravo Investimentos.
Ele acredita que este resto de 2016 será um período de estabilidade, onde a moeda não deve sair do patamar atual, em que está oscilando em uma banda entre R$ 3,15 e R$ 3,30. E caso o ajuste fiscal continue tomando forma, junto com uma política mais lenta do Federal Reserve em elevar os juros nos EUA, o dólar teria espaço para voltar finalmente ao patamar de R$ 3,00, mas sem se distanciar muito para baixo.
Uma alta de juros do Fed em dezembro não seria motivo para que o dólar voltasse a subir forte. “O mercado já precificou este cenário, o que poderia estressar a moeda seria alguma surpresa sobre o ritmo de elevação ou mudança de projeções por parte do Fed”. Por outro lado, ele explica que uma surpresa no sentido inverso (um adiamento da alta de juros), poderia fazer o dólar cair forte no fim do ano.
Um fator que teria poder de mudar o rumo do dólar com mais força seria a política monetária do Banco Central brasileiro. “Se o BC for violento no corte da Selic, poderá segurar uma possível queda do dólar”, diz Buccini, que ressalta que isto seria uma surpresa, mas que o cenário-base de um corte gradual dos juros é o que está incluído em sua análise.
Entre outros fatores que estão preocupando os investidores, o analista acredita que não terão grande impacto, como é o caso das eleições nos EUA e a questão da repatriação de recursos por aqui. Para ele, mesmo que Donald Trump ganhe, o mercado não deve mudar de rumo completamente. Já no caso da repatriação, Buccini só vê um potencial de impacto maior se as regras mudarem.
Fonte: Infomoney, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.