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É ético comer carne!!

Comer carne é ético pela própria definição de ética.

Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana. Trata-se da busca de um equilíbrio para que um grupo, organização ou sociedade se mantenha funcionando, sem que haja prejuízo de alguns.

Embora este conjunto de valores possa ser formalizado e, em alguns casos, até transformados em códigos de conduta ou leis, normalmente a ética é intrínseca. São valores arraigados, construídos a partir da trajetória histórica e cultural. Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios valores éticos.

Para os hindus, por exemplo, comer carne bovina é antiético. Para os muçulmanos é o consumo de carne suína que é antiético, e por aí vai. Chega-se ao extremo de minorias raríssimas não aceitarem consumir nada que esteja vivo. Para eles, é antiético comer frutas, legumes e verduras.

Pois bem, quanto maior é a liberdade desfrutada por uma sociedade, maior será a importância da ética, como meio de nortear os valores comuns. Por isso o conceito só é discutido onde a liberdade floresce. É essencial em sociedades democráticas, livres.

E na democracia é o conjunto de valores intrínsecos da maioria que define a ética comum. E mesmo assim, nessas sociedades, respeitar e defender os direitos das minorias faz parte do código de ética.

No entanto é fundamental lembrar que a vontade das minorias deve ser respeitada; e não prevalecida.

Quando os valores e a vontade de uma minoria prevalecem, a liberdade já deixou de existir.

Nesse caso a ética perde a importância, pois os códigos de conduta são ditados e, geralmente, transformados em leis. Precisa virar lei, pois a maioria não concorda.

Portanto, usar a bandeira da ética como clava de intimidação para que os valores de uma minoria prevaleçam é, em si, um comportamento antiético. Vai contra os princípios libertários, há muito almejados pela sociedade ocidental, descendente da cultura greco-romana.

Por outro lado, os valores morais de uma sociedade não são imutáveis.

Conceitos como o próprio julgamento entre o bem e o mal fazem parte do processo de evolução. Com isso, o conjunto de valores vai mudando à medida que a sociedade evolui e novos conhecimentos vão sendo incorporados.

Essa particularidade dá legitimidade para que alguns grupos, visionários, iniciem um processo de mudança nos códigos de ética das sociedades livres.

Por constatação, e pela ciência, valores equivocados vão sendo substituídos por valores novos, num processo desconfortável de quebra de paradigmas da maioria. Exemplo disso? Católicos fervorosos passaram a aceitar que a Terra é redonda e gira em torno do Sol.

Por isso que os vegans e vegetarianos, catequizadores, defendem a legitimidade de dizer que aqueles que consomem carne são antiéticos.

No entanto, a argumentação destes grupos é baseada em mentiras e meias verdades, principalmente as associadas a conceitos de sustentabilidade. A ciência prova que a criação de animais para o consumo humano é sustentável.

Deste modo, aqueles que questionam a ética no consumo de carne baseiam-se, eles próprios, em padrões antiéticos de comportamento: mentira, intimidação, desinformação, deturpação de dados, falsos testemunhos, desmoralização, etc.

Neste formato, a discussão não se insere no legítimo processo de evolução da ética humana. É a simples vontade de uma minoria buscando prevalecer sobre a maioria. É um atentado à liberdade.

E pior, usam a base libertária e tolerante da nossa ética para atacá-la de forma vil e covarde.

Sendo assim podemos afirmar que consumir carne é ético!!! Desmoralizar quem consome é antiético.

Maurício Palma Nogueira é  eng. agrônomo e diretor da Bigma Consultoria.

Veja notícia relacionada:

New York Times: por que é ético comer carne?

 

14 Comments

  1. osmar de ouza oliveira junior disse:

    parabéns meu companheiro, preocupante todas essas inversões de valores.

  2. Manuela Cassano disse:

    Excelente artigo!

  3. Paulo Carvalho disse:

    Muito bom mesmo!!!! vale a pena a leitura!

  4. Alexandre disse:

    Belas palavras,excelente conteúdo. Infelizmente a mídia destaca sempre os antiéticos. Abraços e parabéns. Traduza logo e envie para o Tio Sam

  5. Renato Marques disse:

    Meus parabéns pela publicação, li um comentário em outro link sobre o assunto no beefpoint em que a pessoa dizia que questionar se é ético o consumo de carne era “modismo urbanóide de quem nunca produziu nada na vida” , e concordei plenamente.

  6. António Luiz Gomes disse:

    Claro como a água!

  7. Marcio Moraes disse:

    O mais puro pensamento liberal!!! Parabéns pelo texto Sr. Maurício Nogueira.

  8. Maurício Palma Nogueira disse:

    Prezados amigos e amigas,
    Agradeço as palavras motivadoras em relação ao texto. A versão, em inglês, foi enviada na quinta-feira para o New York Times. Mas nem tenho esperança de que seja publicado, pois a ideia em si, dessa campanha, é tendenciosa.
    Não tem lógica que um grupo decida o que é ético ou não e a maioria seja obrigada a justificar hábitos incorporados ao longo de milênios de evolução.
    Mesmo assim, foi um exercício interessante e devemos no policiar a sempre fazê-lo. Aguardem as novidades que, pelo que sei, o Beefpoint publicará outros textos bem interessantes sobre o tema.
    E vamos debatendo. Mais uma vez, obrigado a todos.
    Abraço
    Maurício

  9. carlos viacava disse:

    Parabens pelo artigo Maurício
    Repito o que respondi à questão do New York Times
    Acho ético porque é a lei da cadeia alimentar. Onças comem coelhos, bezerros, potros e até gente às vezes. Aqui no Brasil, matar uma onça é crime inafiançável. Cães comem gatos que por sua vez comem ratos. Veja Tom & Jerry. Bois e vacas são herbívoros. Se não comêssemos bois e vacas eles comeriam todos os vegetais do mundo e não sobraria nada para o homem. O homem precisa de proteínas animais para sobreviver. Portanto é ético e faz parte da evolução da vida no planeta Terra.

  10. Luciano S. Bersot disse:

    Um rio sempre corre em apenas um sentido. Nadar contra ele é, no mínimo, muito difícil. Consumir carne, é nadar a favor das correntes. Acredito que está garantida a questão da ética, como bem citou o autor do artigo, por ser uma questão do interesse democrático da maioria, ou a favor das correntes, assegurada a possibilidade do contraditório.
    Penso que uma questão que deve ser considerada em todo o contexto é a garantia do bem estar animal, especialmente no pré-abate e abate, coisa que sabemos estar muito aquém do que gostaríamos, mas que é pauta atual e precisa ser amplamente discutida com a sociedade, a chamada “qualidade ética” da carne.

  11. Octávio Ferreira da Rosa Filho disse:

    Parabéns Maurício,
    Objetivo e certeiro como sempre. Não há o que se discutir.
    Deveríamos nos preocupar com outros problemas, mas infelizmente ainda temos que dedicar tempo para justificar para alguns lunáticos que comer carne não é antiético.

  12. Silene Barreto disse:

    Parabéns Maurício,
    Comer carne é natural, essencial para a preservação da natureza. Existem produtores, consumidores primários, consumidores secundários, terciários, decompositores … e assim sucessivamente: é a lei …só assim podemos equilibrar o nosso grande ecossistema: planeta terra.

  13. Gustavo Nogueira Devides de Oliveira disse:

    Maurício

    Suas palavras são sempre pontuais e assertivas.

    Parabens pelo artigo.

  14. Weliton Melo disse:

    Até a abolição da escravatura tenho certeza que a mesma era o padrão comum (ética portanto), que norteava a sociedade na época! Passados menos de um século abominamos tal conduta. A ética é intrínseca, mas os valores que a permeiam são constantemente mudados, portanto esse argumento de que comer carne é ético além de falacioso e ignorante. Quem come carne (assim como eu), não precisa de um texto fraco para justificar o ato, apenas o faça.